“A letra aborda a fé como uma entidade com vida própria, uma velha conhecida, abrangente e generosa. Tão boa que acompanha até quem não tem fé “pelo sim, pelo não”. Com isso, ela fala da força da fé religiosa, principalmente entre o povo pobre, que sobrevive com muito trabalho, pouco dinheiro e pouco acesso à educação (daí o tropeço poético na gramática: “a fé não costuma faiá”). Faz sentido em um país como o Brasil, com sua história e seu povo entre os quais a religião é elemento essencial. Vale notar ainda que, lançada em 1982, no álbum Um Banda Um, a música exprimia um pouco da esperança por dias melhores, com a expectativa do fim da ditadura militar e a volta da democracia”.
Fonte: Centro de Memória Sindical
Andar com Fé
Música e letra: Gilberto Gil
Ano: 1982
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá
Que a fé tá na mulher
A fé tá na cobra coral
Ô-ô
Num pedaço de pão
A fé tá na maré
Na lâmina de um punhal
Ô-ô
Na luz, na escuridão
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá
A fé tá na manhã
A fé tá no anoitecer
Ô-ô
No calor do verão
A fé tá viva e sã
A fé também tá pra morrer
Ô-ô
Triste na solidão
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá
Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá
Certo ou errado até
A fé vai onde quer que eu vá
Ô-ô
A pé ou de avião
Mesmo a quem não tem fé
A fé costuma acompanhar
Ô-ô
Pelo sim, pelo não