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‘Na recessão, todos somos perdedores’, diz chefe do Bradesco no Conselhão

FLÁVIA FOREQUE
ISABEL VERSIANI
SOFIA FERNANDES
DE BRASÍLIA

Às 14h40 desta quinta-feira (28), a presidente Dilma Rousseff entrou no salão oeste do Palácio do Planalto para receber os integrantes do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social).

Diante de um cenário de crise política e econômica, o governo federal decidiu retomar a dinâmica dos encontros —a última reunião ocorreu em 2014. “Queria, com muita pompa, dar posse aos conselheiros”, anunciou o ministro Jaques Wagner (Casa Civil), membro do conselhão.

O grupo tem 92 personalidades de “ilibada conduta e reconhecida liderança”, segundo decreto publicado no “Diário Oficial da União”, entre empresários, representantes de movimentos sindicais e da sociedade civil. Caberá a eles, segundo o governo, discutir temas de relevância nacional e sugerir ações para o poder público.

“Agradeço esse voluntariado de cada um de vocês, porque aqui é uma escola de cidadania participativa, e vocês poderão dizer para os netos e filhos que contribuíram para fazer o país melhor”, disse o ministro da Casa Civil.

Em tempos de desgaste entre o Planalto e o Congresso Nacional, Wagner foi cauteloso: “Vou repetir para que não fique dúvida: não substituímos aquele que tem a legitimidade e legalidade de ser o fiscal do governo e de escrever as leis do país, que é o Congresso Nacional.”

RECESSÃO
O primeiro a ter voz no encontro, entretanto, não adotou tom otimista. “Todos somos perdedores, porque na recessão todo mundo perde”, disse Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco. Para ele, essa crise é “diferente de todas as outras”.

“Hoje temos uma pauta única no Brasil: o que nos angustia é como tirar o país da recessão. () Cada um de nós é protagonista do Brasil hoje, no sentido de que todos têm hoje parcela de responsabilidade. Todos somos perdedores, pois na recessão todo mundo perde.”