Tragédia aérea anunciada

A Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos considera triste e lamentável o acidente ocorrido com o Airbus da TAM, que representa a maior tragédia aérea da história do País. O pouso, a saída da pista, a batida no depósito, a explosão e a morte de mais de 170 pessoas, entre passageiros, tripulantes e pessoal em terra. A causa tem que ser rigorosamente investigada. É lamentável que esta tragédia tenha ocorrido em tão pouco espaço de tempo em relação a acidentes anteriores. Os metalúrgicos solidarizam-se com as famílias das vítimas. Ao mesmo tempo, cobram das autoridades mais responsabilidade com a segurança aérea.

Decorridos dez meses do último acidente grave, nada mudou. A pista reformada de Congonhas foi liberada em 29 de junho, sem as devidas condições necessárias, como as ranhuras que ajudam no escoamento da água da chuva e nas aterrissagens.

O jogo de empurra-empurra sempre acontece em casos como este. É fácil jogar a culpa no piloto, alegando ter havido falha humana. É preciso investigar muito bem tudo isso. Empurrar a decisão e fazer com que a responsabilidade seja sempre do piloto tem sido uma prática, mas não podemos tolerar mais estes argumentos. É preciso agir rapidamente para que outras tragédias não mais aconteçam.

Há disputas políticas, todos sabemos. Formou-se a CPI do Apagão, mas as investigações não avançam um milímetro. Formam-se comissões de inquérito apenas visando os holofotes da mídia, sem nenhum efeito prático. As autoridades têm que deixar de lado os interesses políticos e pensar mais nos interesses do povo brasileiro. Caso contrário, tragédias aéreas e de todos os tipos continuarão acontecendo, para infelicidade de todos nós.

Eleno Bezerra – Presidente da CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e vice-presidente da Força Sindical