Os metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes aprovaram a contraproposta patronal de reajuste salarial de 10%, correspondente à inflação dos últimos doze meses encerrados em outubro, a aplicação do mesmo percentual de aumento aos pisos, 20% de abono e a renovação de todas as cláusulas sociais da Convenção Coletiva de Trabalho feita pelo Grupo 2 (máquinas e eletroeletrônicos).

“Foi o único grupo patronal que apresentou contraproposta satisfatória”, disse o presidente do Sindicato, Miguel Torres, aos cerca de 2.500 trabalhadores presentes à assembleia para discussão e deliberação das propostas patronais, realizada na última quarta-feira no auditório da entidade.

Segundo Miguel Torres, alguns grupos patronais – 3 (autopeças), 19-3 (laminação de metais, materiais ferroviários, artefatos de metais, refrigeração, condutores elétricos, esquadrias etc.) e Fundição – ofereceram reajuste abaixo da inflação, e as propostas foram rejeitadas na mesa de negociação. O Grupo 10 (Fiesp) e o Sindicato de Estamparia de Metais não ofereceram nada até o momento. “As negociações continuam. Estamos na expectativa de receber novas propostas até a semana que vem, e estabelecemos uma nova estratégia de ação”, disse o presidente.

A estratégia aprovada pela assembleia é pressionar as empresas ligadas a esses grupos para que estas pressionem os seus sindicatos a melhorar as propostas, e buscamos acordos por empresa que garantam, no mínimo, a reposição da inflação, além da manutenção das cláusulas sociais.

“Vamos intensificar a mobilização nas fábricas até garantir o aumento salarial para toda a categoria. E podemos, inclusive, fazer greves nas empresas dos grupos que não oferecerem um reajuste salarial satisfatório”, reforçou Miguel Torres.
A data-base da categoria é 1º de novembro, e envolve cerca de 250 mil trabalhadores.