A ação do Sindicato na defesa dos interesses dos trabalhadores está incomodando a direção da Autopoli, em Guararema. A assembleia convocada para hoje de manhã, para discutir o que fazer diante da negativa da empresa em negar as reivindicações dos trabalhadores terminou na delegacia. Uma pessoa que disse não ser funcionária tentou entrar na fábrica, foi barrada pelos dirigentes e avançou com o carro, passando em cima do pé de um assessor. Depois, desceu para discutir com os dirigentes. Houve bate-boca, empurra-empurra, a polícia foi chamada e o diretor do sindicato Silvio Bernardo e assessores foram encaminhados para o distrito policial de Guararema para prestar depoimento.

A referida pessoa também foi à delegacia, acompanhada do gerente de RH da empresa. Lá, os dirigentes ficaram sabendo que esta pessoa era um segurança contratado pela empresa por causa da assembleia.

Diante da situação, antes de ir para a delegacia, o diretor Silvio Bernardo pediu aos trabalhadores para se manterem mobilizados e voltarem ao trabalho. E deixou claro que se houver qualquer tipo de represália da empresa, para eles denunciarem para o Sindicato.

Os trabalhadores reivindicam PLR, assinatura do acordo salarial (a empresa pertence ao grupo 10, que não assinou a convenção coletiva), melhorias no refeitório (a fábrica não tem restaurante, não fornece tíquete nem café da manhã), convênio médico. Eles também reclamam do assédio moral.

O presidente do Sindicato, Miguel Torres, disse que acredita no processo de negociação. “O enfrentamento muitas vezes acontece. No caso da Autopoli, os trabalhadores voltaram ao trabalho com a expectativa de que a empresa negocie. Esta é a via para o entendimento”, afirmou.

A assembleia contou com o apoio das diretoras Ester e Leninha e equipes de assessores de vários diretores do Sindicato.