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Protesto contra a Nissan na passagem da Tocha Olímpica

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Sob o comando do presidente do Sindicato e CNTM, Miguel Torres, e do secretário-geral, Arakém, diretores(as) e assessores(as) do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes participaram ontem, domingo, de um protesto contra a Nissan, patrocinadora dos Jogos Olímpicos do Rio 2016. Desde cedo, o grupo de dirigentes se posicionaram na esquina da Avenida Paulista com a Rua Augusta para esperar pela passagem da tocha, e na frente de uma concessionária da montadora, na Avenida Brasil, no bairro dos Jardins.

Durante a passagem da Tocha Olímpica pela Capital neste domingo, dia 24, mais de 200 trabalhadores metalúrgicos e comerciários de São Paulo realizaram protesto contra as práticas abusivas cometidas pela Nissan, empresa patrocinadora oficial das Olimpíadas Rio 2016.

Os protestos foram realizados na Avenida Paulista e em frente à loja da Nissan na Avenida Brasil, no Jardim América. A tocha chegou ao local carregada pelo cantor sertanejo Daniel e ficou parada dentro da concessionária por 30 minutos.

O objetivo das manifestações foi protestar contra a agressiva campanha antissindical promovida pela Nissan North America dirigida aos trabalhadores da Nissan na cidade de Canton, no Mississippi, EUA.

A iniciativa no Brasil é da Força Sindical, CUT e da UGT (União Geral dos Trabalhadores), em parceria com a United Auto Workers (UAW), central sindical americana que representa os trabalhadores do setor automobilístico nos EUA. Neste domingo participaram dos protestos Karen Camp, trabalhadora da Nissan em Canton, e Sanchioni Butler, coordenadora da UAW e responsável pela campanha contra a Nissan no Mississippi.

“Estou levando para os Estados Unidos a coragem dos trabalhadores brasileiros de se unirem e se organizarem, para que meus colegas de trabalho percam o medo de se sindicalizar”, desabafou Karen Camp.

Em São Paulo a campanha tem o apoio do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo.

 

Entenda o caso Nissan/EUA
A Nissan North America promove uma agressiva campanha antissindical em sua fábrica da cidade de Canton, estado do Mississippi, adotando práticas antiéticas e ilegais para intimidar seus trabalhadores, especialmente os mais vulneráveis.

Tais práticas são completamente incompatíveis com o Código Básico da Iniciativa Ética Comercial, que é o cerne do Guia da Cadeia de Suprimentos Sustentável dos Jogos Olímpicos, documento que a Nissan firmou para poder patrocinar os jogos.

Entidades sindicais brasileiras e internacionais já pediram formalmente ao Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016 que exija da Nissan um plano de ação corretivo. No dia 11 de abril, trabalhadores e diversas entidades sindicais cobraram da Nissan, durante audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado brasileiro, que respeite nos Estados Unidos o direito de os trabalhadores se sindicalizarem.

Nos EUA, aproximadamente metade dos trabalhadores da Nissan é terceirizada, ganhando menos de 1/3 do salário de um trabalhador sindicalizado exercendo a mesma função, com planos de saúde precários (quando existentes), jornadas exaustivamente longas e sem férias remuneradas.

Os trabalhadores são obrigados a comparecer a seções de doutrinação antissindical e assistir vídeos antissindicais nos refeitórios e nas salas de descanso, e são ameaçados de demissão e/ou penalizados em suas funções ao menor sinal de que pretendem votar pela instalação do sindicato, tendo havido inúmeros casos de demissão. A empresa também espalha sistematicamente boatos de que a fábrica será fechada e transferida para o México, com a demissão de todos os seus funcionários, caso os trabalhadores consigam a sindicalização.

Uma investigação do Conselho Nacional de Relações Trabalhistas dos EUA (NLRB) incorporou, a partir do relatório Escolhendo Direitos, a denúncia de que a Nissan teria violado a lei federal e praticado discriminado ilegal.

A Nissan é a principal patrocinadora dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016. Como tal, deve obedecer ao Código Básico da Iniciativa Ética Comercial, que é parte central do Guia da Cadeia de Suprimentos Sustentável e é um documento importantíssimo para o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016.

O Guia Básico da Iniciativa Ética Comercial diz que a liberdade de associação e o direito a negociação coletiva devem ser respeitados pela empresa.

Tanto a Nissan Brasil como a Nissan North America são parte da Nissan Motor Corporation.

*Com UAW

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Representantes do UAW

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Diretores do Sindicato com representantes do UAW Gini e Rafael