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Para centrais sindicais, rotatividade é causa de altos gastos com seguro-desemprego

Para entidades, só fraudes não explicam gasto elevado

As principais centrais sindicais apresentaram nesta quinta-feira (7) ao governo um conjunto de propostas para conter o crescimento das despesas com o seguro-desemprego que, segundo o Ministério da Fazenda, deve superar os R$ 40 bilhões este ano. O diagnóstico dos sindicalistas é que o crescimento dos desembolsos com o benefício é decorrente do aumento da formalização do mercado de trabalho (nos últimos dez anos, foram mais de 20 milhões de novos postos com carteira assinada) e do crescimento do salário mínimo.

As fraudes – como havia sugerido o ministro da Fazenda, Guido Mantega – existem, mas não seriam o principal problema frente às desonerações e à Desvinculação de Receitas da União (DRU), utilizadas pelo governo para fechar suas contas, que já tiraram do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) R$ 130 bilhões nos últimos dez anos.

– Se há fraudes, um bom sistema e a polícia resolvem. Mas a combinação desses dois movimentos (mais trabalhadores com carteira assinada e alta do salário mínimo) foi o que elevou o dispêndio do seguro-desemprego, o que não é um problema. O problema é por que, mesmo tendo um mercado mais vigoroso e reduzindo o desemprego, continuamos com uma rotatividade da mão de obra ocupada na mesma intensidade de dez anos atrás? É isso que temos que responder – disse Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese e porta-voz das seis centrais que se reuniram por mais de três horas com o secretário de Política Econômica, Márcio Holland, em São Paulo.