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Pesquisa confirma liderança de pequenas em contratações


SÃO PAULO – Os pequenos empreendimentos foram os responsáveis pela maioria dos empregos gerados nos últimos 10 anos, segundo pesquisa do Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas (Ipea) divulgada ontem. De acordo com o levantamento, entre 1998 e 2008, a cada três empregos criados na iniciativa privada não agrícola dois se deram em empresas com até dez trabalhadores.

O estudo mostra que, das ocupações registradas em 2008, 38,4 milhões de ocupados estavam em empresas com até dez trabalhadores, o que representa 54,4% de todos os postos de trabalho e 57,2% do total da massa salarial. Deste total, 48,7% trabalhavam por conta própria, 43% eram assalariados e 8,3%, empregadores.

A renda média mensal dos trabalhadores em pequenos empreendimentos foi de R$ 902, sendo que os empregados tinham uma renda de R$ 633,03, os empregadores, de R$ 2.607, e os trabalhadores por conta própria ganhavam R$ 807,34.

Contudo, tanto entre empregados quanto trabalhadores por conta própria, a minoria tinha alguma proteção trabalhista. Entre os empregados, 40,8% estavam amparados pela legislação trabalhista, e 16,7% dos trabalhadores por conta própria tinham proteção trabalhista. Apenas entre os empregadores a situação é inversa: 55,8% tinham proteção trabalhista.

De acordo com o estudo, o setor de comércio, alojamento e alimentação foi o principal responsável pelos empregos entre os pequenos empreendimentos: 45% do total. Em segundo, aparece o setor da construção civil com 15,45% do total de postos de trabalho. O estudo também ressalta a importância da indústria e dos serviços de educação e saúde, que somados foram responsáveis por 27,2% das ocupações entre 1998 e 2008.

O levantamento também aponta perspectivas para os próximos anos. Até 2020 há possibilidade de geração de 19,3 milhões de ocupações no setor não-agrícola, sendo que mais da metade será gerada nos pequenos empreendimentos.

Para o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, o governo precisa começar a repensar as políticas públicas específicas para o fortalecimento das pequenas empresas. Segundo ele, são necessários bancos e instituições públicas especializadas. “Vai ser fundamental que o Brasil reorganize as políticas públicas.” Outro ponto ressaltado foi a falta de proteções trabalhistas, pois muitos empregados e pequenos empresários que trabalham por conta própria o fazem na informalidade.

Agência Estado