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Proposta salarial: Metalúrgicos fazem manifestação hoje e ameaçam entrar em greve

Guilherme Peace
Da reportagem local

Os metalúrgicos de Mogi realizarão hoje uma manifestação em frente à empresa Valtra, na rua Capitão Francisco de Almeida, em Brás Cubas. Cerca de 15 mil funcionários do setor, dirigidos pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e  Mogi das Cruzes, Miguel Torres, ligado à Força Sindical, devem se manifestar em prol de suas reivindicações discutidas na semana passada na capital. De acordo com Torres, caso as propostas de aumento real sejam negadas, a primeira semana de novembro será marcada pelo início da greve geral dos metalúrgicos.

A categoria pede aumento de 10%, mais o ajuste de inflação, que ainda não foi definido. “Se não tivermos uma proposta satisfatória, faremos greve”, afirmou Torres, categórico, esperando que os representantes das empresas patronais apresentem novas propostas.

Na quinta-feira, o sindicato se reuniu com representantes e um dos grupos ofereceu aumento de 2,5%, mais ajuste da inflação, que seria em torno de 7%, o que foi recusado.

O presidente do sindicato afirmou ainda que uma greve agora seria prejudicial. “Estamos em pico de produção. Há muitos pedidos para atender e horas extras para os metalúrgicos cumprirem”, explicou. Para ele, a participação dos metalúrgicos na recuperação do Brasil pós-crise foi de suma importância e, por isso, é necessário que a categoria seja beneficiada por suas reivindicações. “Procuramos ao máximo o entendimento, para que não haja greve”.

De acordo com o gerente-regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Manoel Camanho, a ação manifestante de hoje será para informar as negociações e não há risco de greve. “Legalmente, só é permitido haver greve caso não haja negociação entre as partes, o que não é o caso”, disse Camanho. “Como ainda não há valores definidos para a inflação, nenhuma proposta foi apresentada regionalmente”, acrescentou.