A sequência de agressões aos trabalhadores leva o sindicalismo a reagir no campo político, com candidaturas próprias ou aliadas. Ninguém está satisfeito com o Congresso Nacional e a maioria dos governos. Ainda assim, esta pode ser a eleição que reúne as piores condições para candidaturas de perfil popular.
Quem avalia o quadro e alerta é Antônio Augusto de Queiroz (Toninho), diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) e atento analista dos assuntos referentes ao Congresso Nacional e governo federal.
A Agência Sindical ouviu o jornalista, que também integra a Queiroz Assessoria Parlamentar e Sindical, consultoria situada em Brasília.
. Avaliar as condições
“O primeiro a ser feito é avaliar a viabilidade da candidatura, seja pra eleger individualmente candidato próprio, seja no apoio a um candidato do partido, que tenha a mesma visão programática”.
. Destinação dos votos
“Ainda que não se eleja, o candidato trabalhista precisa observar quem se beneficiará de sua votação. Se ele estiver em partido conservador, poderá transferir votos à direita. Recomendo clareza quanto a isso”.
. Legislação joga contra
“A legislação favorece os atuais detentores de mandato. O tempo de campanha caiu de 90 pra 45 dias. Isso beneficia quem aproveitou a janela partidária e negociou vantagens para participar da eleição – como presença no horário eleitoral e acesso a recursos do fundo eleitoral. Tempo, dinheiro e espaço na TV são três condições fundamentais”.
. Vantagem dos que têm mandato
“A corrida eleitoral favorece quem detém mandato, tem serviços prestados, possui base eleitoral fidelizada e conta com emendas parlamentares aprovadas. Isso dá uma vantagem real frente a quem está chegando agora à disputa”.
. Cautelas e civismo
“Alguns fatores obrigam a considerar se vale a pena deixar sua base, onde o dirigente é importante. Ou seja, onde ele pode liderar campanhas em defesa dos direitos e recuperação da própria estrutura sindical. Tem que verificar se compensa descobrir a categoria. Creio que seria importante o dirigente, assim como as entidades, fazer uma campanha efetiva pela valorização cívica do voto, porque é muito forte o descrédito do eleitor no processo eleitoral”.
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