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Recife (PE): Inflação atinge diretamente os índices de desemprego no Brasil

FONTE: Portal do G1 PE

Professor Kiko Santos contou a relação ente o preço e a economia.
Desempregos conjuntural e tecnológico foram abordados.

A variação dos índices de inflação afeta diretamente a economia de um país, refletindo em indicadores como o de desemprego. Em feiras e supermercados, é comum notar uma mudança no preço de alguns produtos num curto espaço de tempo. O assunto foi tema da reportagem de geografia do Projeto Educação, nesta quarta-feira (4).

Toda semana, o dentista João Vieira realiza compras na feira de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife. Em sua lista de compras, não faltam frutas e verduras, que, segundo ele, estão cada vez mais caras. “Eu pago mais e levo menos. Tenho nem mais precisado de carregador, levo na mão mesmo”, contou. O preço de alguns produtos, como o tomate e a batata, varia quase todos os dias.

Caso os produtos estejam mais caros, pode ser um sinal de inflação. “A inflação é um aumento generalizado do nível de preço. Não é apenas o aumento de um produto ou outro, localizado. Mas, sim, quando os preços em geral começam a aumentar. O dinheiro vale menos porque ele pode comprar menos produtos. Então, se você tinha 100 reais e comprava determinada cesta de produtos, você, com os mesmos 100, vai comprar uma feira com quantidade menor de produtos”, destacou o economista José Alexandre.

A inflação é um assunto de grande interesse para a geografia, porque está diretamente ligada ao desemprego. “A inflação leva ao aumento do preço. Com esse aumento, o consumo diminui. Com o consumo diminuído, a necessidade de mão de obra, tanto na área produtiva como de comércio, diminui. Tudo isso gera o desemprego. Com a redução do consumo, o comércio vende menos, a indústria produz menos, e a quantidade de mão de obra, tanto braçal quanto intelectual, diminui”, salientou o professor Kiko Santos.

Existem dois tipos de desemprego. Um deles é o conjuntural. “Esses empregos são gerados por momentos oscilantes da economia. Eles dependem da conjuntura econômica, que pode ser local ou mundial. Eles são flutuantes, com momentos maiores e menores. Por exemplo, a Europa passa por uma recessão, e o desemprego da Espanha está muito elevado. Se a economia voltar a crescer, a geração volta a crescer também”, disse o professor.

Há ainda o desemprego estrutural ou tecnológico, que é o relacionado ao uso de novas tecnologias, tanto na agricultura, comércio e na indústria. “A tecnologia substitui mão de obra braçal. Além de reduzir essa necessidade de mão de obra, exige ainda uma qualificação profissional. Claro que eles variam em regiões mais desenvolvidas e menos desenvolvidas, de acordo com o grau de tecnologia usado na área de produção”, destacou Kiko.

Com o aumento do desemprego, surge o chamado trabalho informal, muito comum nas grandes cidades do Brasil. “Isso ainda é presente no dia a dia da economia brasileira. Mesmo sendo irregular, ainda atende o anseio da remuneração como forma de sobrevivência de grande parte dos trabalhadores, que ficam isentos de algumas garantias trabalhistas. Mas a necessidade leva a aceitarem essa forma de relação de trabalho”, finalizou o professor.