Mercado financeiro trabalhou nesta quarta-feira 11 com perspectiva de troca no Ministério da Fazenda; sobre rumores, torcida geral foi pela saída de Joaquim Levy e entrada do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles; Bolsa de Valores subiu 1,9% e dólar chegou a cair 2%, fechando em R$ 3,70; “Não há convite concreto”, disse o próprio Meirelles, sem deixar de se mostrar pronto para o cargo: “Estou muito bem, procurando colaborar em todos os setores”; em seguida, deu sua receita de como tirar o Brasil da crise; “Para que a segurança volte, temos de sinalizar para todos de que existe uma solvência fiscal no futuro”; presidente Dilma Rousseff tem chance de ouro
Brasil 2 Pontos
Mesmo negando haver “convite concreto”, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles não renegou a possibilidade de assumir o Ministério da Fazenda no lugar do titular Joaquim Levy. Em meio a uma série de desgastes, rumores sobre uma troca no comando da economia movimentaram o mercado financeiro, com a Bolsa de Valores de São Paulo subindo 1,9% e o dólar chegando a cair 2%. A cotação da moeda americana fechou o dia em R$ 3,70, marca mais baixa em dois meses.
Os principais indicadores financeiros mostraram que o mercado receberia com extrema boa vontade a substituição de Levy por Meirelles. Este, por sua vez, participou, em Brasília, da 10ª edição do Encontro Nacional da Indústria (ENAI), onde ficou ao lado de Levy.
Meirelles, questionado por jornalistas, chegou a falar como candidato a ministro da Fazenda:
“Não há convite concreto e eu, como disse, não comento especulações ou não comento nenhum tipo de hipótese. Não sei o que as pessoas estão pensando ou decidindo. O que sei é exatamente o que eu estou fazendo, que é a minha atividade hoje. Estou muito bem, procurando colaborar em todos os setores. Trabalhar como muito empenho, como fiz hoje aqui nessa palestra. A minha ideia é sempre olhar em cima dos fatos, como fiz”, disse ele.
Note-se que, em nenhum momento, Meirelles tratou de elogiar ou, ao menos, sustentar a posição de Levy, optando por falar apenas de si.
Em seguida, o ex-presidente do BC não se furtou a comentar a insistência do governo pela aprovação da CPMF, com uma ponta de crítica.
“Existem diversas formas de tributação que são mais produtivas ou menos negativas”, afirmou. “Não estou no lugar dos responsáveis por isso, então fica difícil avaliar se existem outras alternativas”, acrescentou, à vontade como comentarista da cena econômica.
A respeito dos comentários de que ele e Dilma não se dão bem, Meirelles procurou o caminho de negar divergências e propor a paz:
“Sempre tivemos uma relação cordial e muito positiva. Uma relação muito tranquila, com convergências e divergências”.