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Segunda reunião sobre reajuste do salário mínimo termina sem acordo

´Lamentavelmente, não tivemos acordo´, disse deputado Paulo Pereira da Silva.
Na primeira reunião as centrais pediram o reajuste do mínimo para R$ 580.

Ardilhes Moreira Do G1, em São Paulo

Fábio Mendes

Paulinho da Força com presidentes das
centrais sindicais

O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT), disse ao sair de reunião com  ministros do governo Dilma e líderes de centrais sindicais, na manhã desta sexta-feira (4), em São Paulo, que o encontro terminou sem acordo em torno do aumento do salário mínimo e da correção da tabela do Imposto de Renda (IR). “Lamentavelmente, não tivemos acordo”, disse.

Em uma primeira reunião realizada em janeiro, as centrais apresentaram o pedido de reajuste do mínimo para R$ 580 e a correção da tabela do IR em 6,47%. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu que o governo não abre mão do valor de R$ 545. “Se o governo tivesse sobra de recursos, poderíamos até ponderar”, disse.

A reunião desta sexta-feira durou aproximadamente três horas. Paulo Pereira da Silva criticou o andamento da segunda rodada de negociações. “Tivemos um debate grande entre as centrais e o ministro da Fazenda”, disse.

Tanto Mantega quanto o ministro-chefe da Secretaria Especial da Presidência, Gilberto Carvalho ressaltaram que a principal intenção do governo é fechar um acordo para a manutenção da política de aumentos para o salário mínimo no período 2011-2015. Carvalho ressaltou que, sem em 2011 o valor não traz aumento real, em 2012 a mesma política aplicada neste ano pode garantir 13% de reajuste.

Nos próximos dias, o governo deve enviar ao Legislativo a medida provisória prevendo o valor de R$ 545 para o mínimo. Na quinta-feira (3), o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou que a base governista vai aprovar o valor de R$ 545, independentemente das pressões que as centrais sindicais possam fazer no Congresso por um reajuste de até R$ 580.

Participaram da reunião desta sexta-feira os representantes da Força Sindical, CUT, CGTB, CTB, UGT e NSCT. O encontro ocorreu no escritório da Presidência da República na Avenida Paulista.

Segundo Paulo Pereira da Silva, Guido Mantega teria assumido a postura de defender os objetivos do mercado. “O mercado decidiu que não tem que ter aumento do salário mínimo”, disse.

“Nós não estamos vivendo no Brasil uma inflação da demanda. Manter salário e renda é fundamental”, criticou o presidente da CUT, Arthur Henrique. Ele disse ser positivo a sinalização de que possa haver a correção do Imposto de Renda, embora nenhum valor tenha sido apresentado.

Fábio Mendes

Presidente Miguel Torres (à esq.) na mesa de negociação das centrais
com ministros (ao fundo)