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Senado vota hoje mínimo de R$ 545


Folha de S.Paulo

A exemplo do que foi feito na Câmara dos Deputados na semana passada, a presidente Dilma Rousseff e sua equipe de ministros pressionaram ontem os senadores para que aprovem hoje o salário mínimo de R$ 545. O Senado aprovou ontem urgência para essa votação –isso significa que o projeto de lei do salário mínimo vai ser analisado diretamente pelo plenário, sem ter que passar pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).

Dilma entrou pessoalmente nas negociações para manter também a proposta do governo de reajustar automaticamente, por meio de decreto presidencial, o valor do mínimo até 2015 pela regra de inflação mais índice de crescimento do PIB de dois anos antes. Com isso, o piso em 2012 pode chegar a R$ 620.

A presidente se reuniu ontem com líderes aliados para pedir pressa na votação. Dilma quer sancionar o projeto ainda neste mês para que o novo valor do mínimo entre em vigor em março.

A ordem do Palácio do Planalto ao relator, senador Romero Jucá (PMDB-RR), é derrubar todas as emendas com mudanças no texto –que forçariam o retorno do projeto para nova votação na Câmara.

O ministro Luiz Sérgio (Relações Institucionais) e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, foram ontem ao Senado pressionar aliados pelo mínimo de R$ 545. Barbosa diz que, se o valor de R$ 600 for aprovado, o governo terá um gasto extra de R$ 16,5 bilhões.

Oposição

O governo calcula ter entre 54 e 57 votos favoráveis, dos 62 senadores aliados. São necessários 41 votos (do total de 81) para a aprovação.

O Palácio do Planalto conseguiu controlar dissidências dentro da base aliada, como o senador Paulo Paim (PT-RS) –que já admite apoiar o valor de R$ 545. O petista recebeu o aval das centrais para votar de acordo com a sua “consciência”. Os sindicalistas defendem o valor de R$ 560.