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Setor de serviços é o que mais cria empregos em SP

Carolina Dall’Olio

A cidade de São Paulo cria, em média, 778 novos postos de trabalho por dia. Mas para quem está desempregado ou quer mudar de empresa nem sempre as oportunidades parecem tão numerosas assim. Isso ocorre porque, embora todos os setores estejam em expansão, há alguns ramos de atividade que concentram boa parte das novas vagas. A dica, portanto, é apostar nas áreas promissoras.

O JT mapeou os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, para descobrir quais são os setores que criaram mais empregos em 2010. O setor de serviços aparece como principal empregador, com destaque para as vagas abertas em imobiliárias, hotéis e restaurantes.

E a boa notícia, segundo especialistas, é que o processo de contratações dessas empresas está longe do fim. “No comércio e nos serviços haverá, no início de 2011, uma pequena queda do emprego, que é fruto apenas da sazonalidade do setor”, prevê Fabio Pina, assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). “Mas daqui até dezembro e durante 2011, as empresas continuarão a contratar.”

Na indústria e na construção civil, o emprego também seguirá em expansão. “Com a economia e a renda em alta, o consumo interno permanece forte e beneficia a indústria”, avalia Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Para Francini, os únicos setores que devem arrefecer as contratações daqui em diante são aqueles que sofrem concorrência mais direta dos produtos importados, como a indústria de calçados – que atualmente já apresenta um desempenho mais fraco. “O dólar está muito desvalorizado frente ao real, e há uma guerra cambial em curso hoje no mundo”, afirma Francini. “Por isso, o desempenho da indústria de agora em diante vai depender das medidas que o governo tomará, ou não, para conter a valorização do real.”

Mas para quem quer apostar em áreas que oferecem uma quantidade maior de novas vagas, convém olhar mais para comércio e serviços do que para a indústria. “São Paulo tende a ser, cada vez mais, uma cidade de negócios, e não das grandes fábricas”, afirma Clemente Ganz, diretor-técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). “Por isso, a longo prazo, o emprego no comércio e no setor de serviços tende a crescer mais que o da indústria.”