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Sindicalistas pressionam votação da PEC que reduz a jornada de 44 para 40 horas semanais

Enquanto a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) divulga em sua sede o resultado das contratações para março, cerca de 2 mil trabalhadores protestavam do lado de fora pela redução da jornada de trabalho. A manifestação, conduzida pelas centrais sindicais tinha como objetivo pressionar a votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 231/95, que atualmente tramita na Câmara dos Deputados e reduz de 44 para 40 horas a jornada semanal dos trabalhadores.

Um grupo de aproximadamente 50 trabalhadores estão acampados no local por tempo indeterminado. Eles devem se revezar para pressionar pela redução da jornada. “Faz um mês que entregamos aqui na Fiesp a pauta reivindicando a diminuição das horas trabalhadas, mas os empresários não querem negociar”, disse o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.

O sindicalista, que também é deputado federal pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) de São Paulo, diz que os empresários pressionam os parlamentares para que não votem a PEC com o argumento de que o tema deve ser negociado diretamente entre trabalhadores e empregadores. “No entanto, nós trabalhadores – de diferentes categorias – entregamos a pauta em meados de marca e até agora os padrões não marcaram data para as negociações”, criticou.

O diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini, rebateu a acusação e assegurou que as negociações estão acontecendo. “A Fiesp não é contra a redução da jornada. Somos a favor da negociação caso a caso. Muitos acordos já foram fechados, tanto que média de horas trabalhadas é de 41 horas semanais”, disse. Segundo o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, Pedro Nepomuceno, os trabalhadores querem negociar diretamente com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. A idéia é fechar acordos setor a setor para redução de jornada. “E isso não vem acontecendo”, disse.

Para Francini, a PEC da redução da jornada de trabalho é um “engodo”. Segundo ele, a iniciativa presente na pauta de discussões das centrais sindicais há 17 anos tem “mais caráter político do que pé na realidade”. A diminuição das horas trabalhadas, segundo ele, não gera empregos e pode até fechar postos de trabalho nas empresas. “Não há no mundo experiência de redução de jornada com geração de novas vagas. Essa é uma medida contra o emprego”, afirmou.
 
Fonte: Brasil Econômico