PRISCILARIBEIRO

Cerca de dois mil trabalhadores deverão se juntar hoje, às 9 horas, ao Sindicato dos Metalúrgicos de Mogi das Cruzes e São Paulo para fazer uma manifestação em frente à empresa Valtra, no Distrito de Braz Cubas. Até o momento, a entidade descarta greve do setor, porém organiza a mobilização para mostrar as dificuldades encontradas durante as negociações da Campanha Salarial Unificada 2010.

“Na semana passada, durante o primeiro encontro com as empresas, apresentamos o valor do reajuste reivindicado, sendo o índice de inflação do período, que gira por volta de 4,5% mais o aumento real de 10%. A classe patronal, no entanto, quer dar apenas a inflação. Portanto, decidimos fazer esta manifestação, a fim de mostrar que há dificuldades nas negociações e que a categoria não está contente com esta contra-proposta”, explica o secretário geral do Sindicato, Jorge Carlos de Morais, o Arakém.

Segundo ele, o ato de mobilização hoje deve durar uma hora e meia. “São cerca de dois mil funcionários do setor, não apenas da Valtra, mas de diversas outras empresas metalúrgicas. Usaremos cartazes e carro de som para divulgarmos que não queremos apenas aumento da inflação. Após a manifestação, os trabalhadores serão liberados para voltar às empresas”, descreve.

A segunda reunião do Sindicato com a classe patronal está marcada para esta sexta-feira, às 15 horas, no Centro das Indústrias do Estado de São Paulo – regional Mogi das Cruzes. “Dependendo dos resultados, podemos começar a pensar em greve. Queremos um reajuste salarial decente, que valorize o profissional”, adianta.

Além do aumento de salário, a categoria, que tem data-base em 1º de novembro, reivindica fim das demissões imotivadas, redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais, qualificação profissional, negociação da Participação nos Lucros ou Resultados e licença-maternidade de 180 dias. Atualmente, a Região do Alto Tietê conta com 10 mil metalúrgicos, divididos em cerca de mil indústrias.