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Sindicatos contra perda de empregos e importações

Iugo Koyama

Diretor Pereira fala aos sindicalistas e empresários

O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Eufrozino Pereira, participou de reunião na Associação Brasileira de Fundição (Abifa), para discutir estratégias de revogação das portarias 08/91 e 84/10, que permitem a importação de ferramentas e moldes usados.

A reunião, na sede da Abifa, contou com a presença de dirigentes dos sindicatos metalúrgicos de Santo André, São Caetano, Osasco, Guarulhos e de representantes da Abimaq (máquinas), Sindipeças e Fiesp (federação das indústrias).

Os dirigentes estão desenvolvendo uma luta conjunta contra a importação de máquinas, moldes e ferramentas usadas e por melhores condições para o aumento da competitividade dos setores de fundição, ferramentaria e cadeia produtiva do setor automotivo.

“Nossa preocupação é com a manutenção dos empregos, com a qualificação da mão de obra, para melhorar a produção e defender investimentos no setor”, disse Pereira.

O Brasil atingiu no fim do primeiro semestre a marca de 60 milhões de veículos fabricados desde 1957, segundo a Anfavea. “A diferença é que estamos nos tornando apenas montadoras, excluindo as empresas fabricantes de autopeças e de ferramentais, jogando no lixo mais de 100 mil empregos diretos no setor, por ano, com grande incidência no ABC”, disse Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André.
Segundo ele, a cadeia produtiva da ferramentaria voltada ao setor automotivo emprega cerca de 423 mil trabalhadores, e esses empregos estão ameaçados pela política de abertura do mercado brasileiro. “O mercado está incentivando um aumento desenfreado nas importações”, alerta.
A nova parceria entre empresários e trabalhadores é vista pelo presidente da Abifa, Devanir   Brichesi, como uma forma positiva para corrigir as atuais distorções que afetam o setor. “Nossa proposta é de convergência entre diversos segmentos, para enriquecer o embate na alteração das portarias 08/91 e 84/10. Além dos ferramentais novos, temos de brigar para não permitir a licença automática de importação e estabelecer um preço de referência para ferramentais importados, além de ações anti-dumping”, diz ele.

Audiência
As entidades vão se reunir no dia 4 de agosto, em Brasília, com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, para discutir o problema.  “Estaremos juntos com o ministro para defender estes interesses comuns e frear a importação desmedida de ferramental”, disse Pereira.

(Assessoria de imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e de São Paulo)