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Sindicatos pressionam por correção do IR

Sem ajuste, trabalhadores com aumento salarial entre 8% e 11% este ano perderão ganho, argumentam centrais

Karina Lignelli

SÃO PAULO. As centrais sindicais vão pressionar o governo pela correção da tabela do Imposto de Renda (IR). A reivindicação foi apresentada ontem, em reunião das centrais com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que discutiu a correção do salário mínimo em São Paulo.

Entre os anos de 2007 e 2010, a tabela do IR foi corrigida em 4,5% ao ano, mas termina este ano o compromisso do governo de repor parte das perdas provocadas pela inflação na renda dos trabalhadores que precisam acertar as contas com o Leão. A prorrogação ou não das correções deve ser incluída na pauta da equipe de transição do governo.

No encontro com Paulo Bernardo, ontem, os sindicalistas argumentaram que, se não houver correção da tabela do Imposto de Renda em 2011, os trabalhadores que tiveram reajustes salariais entre 8% e 11% este ano acabariam perdendo esse aumento.

De acordo com Miguel Torres, representante da Força Sindical e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, muitos trabalhadores vão perder a isenção ou passar para uma faixa com alíquota maior para o desconto do Imposto de Renda.

– Pelo menos 29 milhões de trabalhadores ganham até três salários mínimos. Então, uma boa parte disso vai perder o aumento que foi conquistado nas negociações. Precisamos pensar num número que corresponda à nova realidade da inflação – disse Torres.

Ao final do encontro, Paulo Bernardo e o ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gavas, comprometeram-se a retomar a discussão do tema nos próximos encontros que terão com as centrais sindicais.

Apesar de correções, defasagem é de 64,1%

Mesmo com as correções de 2007 a 2010, a defasagem da tabela ainda está em nada menos que 64,1% frente a 1995, segundo cálculos do Sindicato Nacional dos Auditores da Receita Federal (Sindifisco Nacional). Essa defasagem faz com que o contribuinte pague até 800% a mais de imposto do que pagaria caso a tabela tivesse sido integralmente corrigida desde 1995, calcula o Sindifisco. E, se a tabela não for corrigida em 2011, o IR a pagar será ainda maior.