O presidente da Usiminas, Wilson Nélio Brumer, visitou as instalações da sede do Sindipa e reuniu-se na tarde desta segunda-feira (3), com diretores do sindicato.
O objetivo do primeiro encontro foi esclarecer ao novo comandante da siderúrgica sobre as principais bandeiras de luta do Sindipa para este ano e as discutir as expectativas que foram criadas com o novo mandato.
Estiveram presentes ainda o superintendente-geral da Usiminas em Ipatinga, Francisco Amério; o vice-presidente de operações da Usiminas, Omar Silva Júnior e o diretor de Relações Institucionais, Eduardo Lery.
A reunião começou com a apresentação de um documentário que retratava a história de desenvolvimento do sindicato e da Usiminas em Ipatinga. Após a exibição do vídeo, o presidente do Sindipa, Luiz Carlos Miranda, iniciou sua fala dando as boas vindas ao novo presidente e ponderou que continuará com a mesma disposição de luta.
“Este é um momento muito importante, temos boas expectativas e precisamos sempre dialogar. Do nosso lado não faltará empenho, vamos sempre batalhar por melhorias para os trabalhadores e também fiscalizar e denunciar qualquer abuso contra os metalúrgicos”, afirmou.
Brumer por sua vez pediu paciência e disse que em sua gestão não faltará diálogo com o representante dos trabalhadores. “Penso que devemos trabalhar junto e sempre continuar dialogando. Precisamos trabalhar em equipe e ter como meta o crescimento humano”.
Reivindicações
Ainda conforme Miranda o objetivo principal do sindicato é negociar o dissídio coletivo da Usiminas, Unigal e Usiroll que se encontra em juízo do Tribunal Regional do Trabalho de Belo Horizonte, no qual é cobrado aumento real de 2,5%, abono salarial de R$ 900, férias em dois períodos, fim do turno fixo de trabalho e redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e férias em dois períodos.
Durante a reunião diretores do Sindipa, fizeram algumas perguntar ao presidente da Usiminas. Veja a seguir:
Abílio Giovanne: Mais de 2.500 pessoas foram demitidas na gestão anterior, existe possibilidade delas voltarem ao antigo emprego?
Wilson Brumer: Temos que olhar para frente, todos deram sua contribuição. Aqueles que saíram não devem ser carimbados, não podemos ter preconceito. No momento adequado, se estas pessoas estiverem disponíveis, vamos buscá-las.
Paulo Cezar – Paulinho: As grandes empresas mundiais hoje investem em treinar e aparelhar os trabalhadores para soluções rotineiras de problemas inesperados. Qual a estratégia do presidente da Usiminas para motivar os trabalhadores e fazê-los a vestir a camisa da empresa novamente?
Se a Usiminas está preocupada em segurança e medicina do trabalho, quais medidas serão adotadas, uma vez que os exames periódicos foram cortados, fugindo da NR-7?
Wilson Brumer: Vamos rever estas questões de melhoria da qualidade de vida dos metalúrgicos. Minha preocupação é motivar através do diálogo e fazer os trabalhadores entenderem que o crescimento da empresa é o deles também.
Jorge Empereur: Muitas trabalhadores mudaram de cargo, ganharam mais responsabilidades e não tiveram aumento no salário. Outros foram transferidos para a Usiminas Mecânica e estão ganhando muito mais. Como a Usiminas pretende reter estes talentos?
Wilson Brumer: Empresas como a Usiminas não pode abrir mão de ferramentas técnicas. Temos que ter um modelo de gestão onde as pessoas tenham possibilidades de crescimento. Não prometo que estas modificações ocorrerão do dia para a noite, vamos criar mais perspectivas tanto para as pessoas que tenham habilidades gerenciais quanto às que tenham habilidades técnicas.
Gláucio Bicalho: Existe possibilidade de negociar a extinção do turno fixo de trabalho?
Wilson Brumer: Estas coisas devem ser vistas sem preconceito. Para mim não existe dogma, se em algum momento agente ver que existe o problema nos podemos sentar, dialogar e enfrentar o assunto juntos.
Francisco Leite: No processo de terceirização, muitas pessoas sofreram e não foram aproveitadas em suas áreas devido à incompatibilidade de salários com os novos cargos. Gostaria que se houvesse outro processo de terceirização que fosse menos oneroso para o trabalhador.
Wilson Brumer: Terceirização é parte de um processo, mas não o defendo como algo que tira os problemas e joga os para fora. Isso, às vezes, volta o problema pra você como um bumerangue. Se ocorrer nova terceirização, vamos sentar e explicar os motivos.
Niltom Carneiro: A obra do novo aeroporto da Usiminas tem possibilidade de ser em Santana do Paraíso?
Wilson Brumer: Estamos negociando com o governo do Estado.