Tiago Santana
Cerca de 150 trabalhadores, dirigentes sindicais, políticos, representantes do governo e empresários participaram na sexta-feira (dia 26) do café da manhã em homenagem ao “Dia Nacional do Técnico de Segurança d o Trabalho”, realizado pelo SINTESP – Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho no Estado de São Paulo, no auditório da Força Sindical.
“O técnico de segurança é como salsicha em cachorro quente. É prensado pelo empresário que, muitas vezes, não querem que as ações aconteçam e pelos trabalhadores que enxergam o técnico como preposto do patrão”, declarou Armando Henrique, presidente do Sintesp.
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, Juruna, lembrou a luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho e por medidas de prevenção da saúde. “A unidade de trabalhadores, cipeiros, técnicos e engenheiros de segurança e sindicatos é fundamental para que as pessoas possam trabalhar com saúde”, afirmou.
Antonio de Sousa Ramalho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de São Paulo, contestou os que dizem que não adianta fazer segurança do trabalhador. “Adianta sim e podemos fazer tudo com ética”, destacou. Já Arnaldo Gonçalves, secretário nacional de saúde e segurança da Força Sindical, ressaltou a importância do trabalho do técnico de segurança para corrigir as irregularidades na empresa.
O presidente da Fequimfar, Sergio Luiz Leite, Serginho, foi homenageado pelos técnicos de segurança. Ele recebeu uma placa pelas atividades que a entidade que preside desenvolve nesta área. Serginho defendeu um trabalho integrado entre cipeiros e técnicos de segurança para oferecer mais segurança aos trabalhadores. “Com todos avanços e leis ainda tivemos seis mortes no setor químico em 2010”, destacou.
José Roberto Melo, superintendente da DRT-SP, observou que o cumprimento das leis de saúde e segurança significa despesa para as empresas. “Quem paga essa conta? Somos nós consumidores. Então as empresas que cumpram porque somos nós que pagamos a conta”, disse Melo.
Para o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo Geraldino dos Santos, secretário de Relações Sindicais da Força Sindical e de finanças da CNTM, sem os técnicos de segurança a situação seria muito pior. “Aqui em São Paulo temos as melhores condições, mas lá na no interior da região Norte, por exemplo, precisamos melhorar muito mais as condições dos trabalhadores”, enfatizou.
O vereador Cláudio Prado (PDT-SP), também diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, foi o autor do Dia do Técnico de Segurança no município de São Paulo. “Nas décadas de 70 e 80 era difícil o debate nesta área e reconheço que a tarefa destes profissionais é dura”, disse.
Luiz Bittencourt, secretário da saúde da Força Sindical SC, considerou que é difícil proteger o trabalhador. Já Iranildo Domingo, da Força Sindical Bahia destacou que o Sintesp é o espelho para as entidades sindicais no País. Luiz Carlos de Oliveira, Luizinho, do Sindicato dos Metalúrgicos SP, propôs aliança dos técnicos de segurança com os sindicalistas.
Cobrança
Durante a comemoração, Domingos Lino, coordenador-geral do Departamento de Saúde e Segurança Ocupacional do Ministério da Previdência fez uma palestra sobre “O papel do TST no FAP/NTEP”. Para ele, com o FAP/NTEP os técnicos deverão decidir se vão produzir papel ou se farão gestão. “As empresas vão cobrar e posso adiantar que a vida vai continuar dura, vocês terão de trabalhar com mais responsabilidade e mais afinco”, declarou.
O Anuário Estatístico da Previdência de 2009 mostrou que morrem ou sofrem invalidez permanente 43 trabalhadores por ano. Os técnicos devem trabalhar na prevenção, destacou.
Homenageados
Foram homenageados o técnico Ricardo Setsuo Yokomizo, pelo seu perfil. Ele trabalha há 10 anos na empresa e, junto com sua equipe, conseguiu 721 dias sem afastamentos ou acidentes. Outro homenageado foi empresário Raul Casanova Junior, diretor-executivo da Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho. No final foi feita a apresentação da peça teatral “O novo papel do TST”.
O SINTESP representa aproximadamente, 40 mil profissionais no Estado de São Paulo. Em todo o Brasil são 200 mil. Esses técnicos são responsáveis por agir em prol da integridade e do bem-estar do trabalhador. Segundo Armando Henrique, presidente do SINTESP, o TST está passando por um momento muito especial na medida em que está sendo reconhecido pelas relações de trabalho como principal promotor das ações de saúde e segurança nos ambientes de trabalho. Esta condição ganha mais importância ainda neste momento em que a qualidade de vida tem recebido atenção especial, principalmente por parte da Previdência Social.
“Esta edição do evento também tem como enfoque principal ressaltar que o governo, empresários e Trabalhadores exercem papéis fundamentais para a redução dos acidentes e doenças do trabalho, servindo também de um alerta social para que o tema passe a receber espaço nas pautas políticas e de investimento, por razão de ainda sermos um dos piores países do mundo nesse quesito”, declarou Armando Henrique.
Além da Força Sindical, esta comemoração conta com a co-promoção dos Sindicatos dos Técnicos de Segurança do Trabalho dos Estados do Amazonas e Mato Grosso.
Por Assessoria de Imprensa da Força Sindical
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