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Trabalhadores presos em usina denunciam violência policial

Aline dos Santos e Ricardo Campos Jr.

Depois de testemunhar a destruição no canteiro de obras da usina hidrelétrica São Domingos, em Mato Grosso do Sul, e amargar quatro dias na prisão, o grupo de cinco trabalhadores do canteiro de obras da usina, só pensa em voltar para a casa.

Com hematomas pelo corpo, eles denunciam que foram agredidos pela Polícia Militar. “Foram 2 km ‘debaixo de pau’, sem acusação nenhuma”, recorda o operário Franklan Ferreira da Silva, de 34 anos.

Vindo da Bahia, Franklan trabalha na obra desde setembro do ano passado. No momento da confusão, registrada na tarde do dia 24 de março, ele estava no trabalho. A informação é que o quebra-quebra começou após um trabalhador ser agredido por um segurança.

“O pessoal chegou gritando que ia incendiar os barracos. Corri no alojamento para tentar pegar alguma coisa”, lembra. O incêndio atingiu os alojamentos, veículos, centro ecumênico, refeitório, guarita e centro de inclusão digital.


Diretores David, Jefferson e Sales com o grupo de
trabalhadores que foi preso

Depois do tumulto muitos fugiram. No local, a polícia mandou que os trabalhadores aguardassem a chegada dos ônibus. De um total de mil pessoas, sobraram cerca de 350, levados em oito ônibus. Porém, para os cinco o destino foi a viatura policial. Eles relataram que andaram dois quilômetros sob a “escolta” de 4 policiais, sempre apanhando.

Além de Franklan, ficaram presos José Afonso Soares, 26 anos, do Piauí; Antônio Francisco Clementino e Joel Airton de Medeiros, de 42 anos, também do Piauí, e Joel Carvalho dos Santos, do Maranhão.

Os trabalhadores foram soltos após intervenção dos advogados do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada de Mato Grosso do Sul, e levados para Campo Grande.

As informações foram enviadas pelos diretoes do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo Sales José da Silva, Jefferson Coriteac e David Martins, que estão em Mato Grosso do Sul dando apoio aos trabalhadores.

João Garrigó

Marcas da agressão sofrida por trabalhador da usina

Fonte: Assessoria do Sindicato dos Trabalhadores da Ind. de Construção Pesada de Mato Grosso do Sul