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Trabalhadores são criminalizados pela mídia

Metroviários, ferroviários, rodoviários do ABC e trabalhadores da Sabesp pressionam governo de São Paulo e são criminalizados pela mídia

Fonte: Jornal de Fato

Bombeiros e familiares enfrentam Sérgio Cabral
O Quartel Central do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, ocupado por três mil bombeiros e familiares na noite de sexta-feira (03), foi invadido no dia seguinte pela Tropa de Choque da Polícia Militar e pelo Bope. Bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo foram lançados contra os manifestantes e seus familiares. Houve disparos de armas. Encaminhados para a corregedoria da Polícia Militar, nesse momento 439 bombeiros estão detidos. A categoria, dona do menor salário do país (R$950), reivindica piso de R$ 2 mil e vale-transporte. O governador Sergio Cabral chamou os bombeiros que participaram no protesto de “vândalos e irresponsáveis”. A previsão de pena é de 02 a 10 anos de prisão para esses trabalhadores da corporação, impedidos pelo Estado de se organizar. Bombeiros e familiares seguem protestando em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Governo de SP contra a parede
Semana turbulenta em São Paulo. Metroviários, ferroviários, trabalhadores rodoviários do ABC paulista e funcionários da Sabesp mobilizaram-se – em paralisações ou estado de greve – cobrando melhorias econômicas de governo e patrões. A mídia corporativa ficou de cabelo em pé, anunciando os fatos como prejuízo ao restante da população. O movimento dos metroviários escreveu seis “Cartas Abertas” à população, defendendo a redução da tarifa do transporte, denunciando a superlotação do metrô. Os ferroviários, por sua vez, há 16 anos não entravam em greve. Após a paralisação de dois dias, o Sindicato dos Ferroviários suspendeu o movimento e se mantêm em estado de greve.

Blindagem jurídica
Além do ataque midiático, um desafio dos trabalhadores foi enfrentar a blindagem jurídica instalada contra as paralisações: no caso dos metroviários, a Justiça determinou que, em caso de greve, pelo menos 90% dos funcionários trabalhassem no horário de pico. Contra os ferroviários, a multa seria de R$200 mil por dia caso não cumprissem o funcionamento mínimo de trens. Já a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) tomou a mesma precaução para manter os veículos rodando, o que pressionou o fim da paralisação de dois dias da categoria. Os trabalhadores do transporte rodoviário pediam aumento de 15% e o movimento segue num impasse, uma vez que as empresas não apresentaram melhor proposta em relação a que foi rejeitada (8%). Por conta disso, a disposição de muitos motoristas do ABC era seguir paralisados (com agências).

Adesão e conquista dos trabalhadores da Sabesp
Os funcionários da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) cruzaram os braços, no dia 01 de junho, pela manutenção de direitos conquistados em campanhas salariais anteriores e por melhores condições de trabalho. A greve não afetou o abastecimento de água para a população, contou com a adesão de cerca de 80% da categoria e conquistou, além da manutenção da “clausula de estabilidade”, com garantia de emprego para 98% do efetivo, reajuste de 8% e ampliação da licença maternidade de 120 para 180 dias.

Bahia: professores universitários por melhores condições
Mais de 300 professores, alunos e técnicos administrativos, em greve há dois meses, acamparam na Assembleia Legislativa de Salvador. Em reunião com representantes dos grevistas, o governo Jaques Vagner (PT) condicionou a incorporação da Gratificação por Condições Especiais de Trabalho no salário base à não negociação de aumentos salariais por quatro anos. Junto a isso, os manifestantes se opõem contra o contingenciamento de verbas para o funcionalismo público no estado.

Fator Previdenciário, questão pendente
A reunião de representantes da CUT e demais centrais sindicais com os ministros Garibaldi Alves (Previdência Social) e Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência da República) para discutir o fim do Fator Previdenciário não definiu uma medida concreta. De acordo com a Central, frente à falta de consenso entre as centrais no tema, o governo devia ter apresentado a proposta para ser debatida. A proposta da CUT é substituir o Fator (fórmula de cálculo implantada em 1999 para reduzir o valor das aposentadorias por tempo de contribuição) pela fórmula 85/95. A nova regra reduziria o tempo necessário para se aposentar com 100% do benefício e, como consequência, aumentaria o valor das novas aposentadorias. O assessor da Secretaria Geral da Presidência da República, José Lopez Feijó, propôs que quatro ministérios se reúnam para decidir que proposta apresentar ao movimento sindical