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Trabalho informal aumenta e total de subempregados já atinge 5,8 milhões

Com o avanço da informalidade, o número de brasileiros que atuam em chamados subempregos aumentou 11% no segundo trimestre, na comparação aos três primeiros meses do ano — e chegou a 5,829 milhões de pessoas. Trata-se do maior contingente desse grupo desde segundo trimestre de 2012.

Subempregadas são as pessoas que trabalham menos de 40 horas semanais, mas gostariam e poderiam exercer sua atividade por mais tempo. São trabalhadores que vivem de bicos e jornadas de trabalho reduzidas, normalmente sem a carteira de trabalho assinada, e que buscam sem sucesso uma alternativa melhor

De acordo com o IBGE, o somatório de pessoas desempregadas, subempregadas e na força de trabalho potencial (que estão disponíveis, mas não buscam emprego) é de 26,337 milhões de pessoas subutilizadas no país, o que representa 23,8% da força de trabalho.

Esse contingente era um pouco menor no primeiro trimestre deste ano, quando 26,337 milhões de trabalhadores estavam subutilizados (24,1% da força de trabalho). “Essa queda é pequena porque o mercado contratou mais pessoas subocupadas no segundo trimestre”, disse Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do IBGE.

O emprego informal contribuiu, contudo, para a queda da taxa de desemprego do país na passagem do primeiro para o segundo trimestre, de 13,7% para 13%. Essa taxa recuou em todas as grandes regiões do país. Das 27 unidades da federação, caiu em 11, cresceu em duas e ficou estável em 14 pelo critério de relevância estatística do IBGE.

Segunda maior economia do país, o Rio de Janeiro viu sua taxa de desemprego avançar de 14,5% no primeiro trimestre para 15,6% no segundo trimestre. Trata-se de um recorde pela série da pesquisa, iniciada em 2012. E, o mais espantoso, é que essa taxa era de apenas 5,8% no fim de 2014 – ou seja, praticamente triplicou.

Segundo Azeredo, os setores de construção e indústria não estão gerando emprego no Estado do Rio e respondem por uma parcela das estatísticas ruins no território fluminense. “O Rio vive a crise na construção naval e em outros setores importantes para a geração de emprego. Vemos muitas obras paradas”, disse o coordenador.

Ele chamou atenção para o crescimento de 3,1% nas pessoas ocupadas na atividade de alojamento e alimentação, do primeiro para os segundo trimestre. São pessoas ocupadas em produzir e vender “quentinhas” ou alimentos na rua, reflexo da crise que empurra trabalhadores para a informalidade.

Essa alta da taxa de desemprego no Rio se deu sobretudo pelo maior número de pessoas em busca de vagas. O resultado não foi ainda pior porque a informalidade foi uma válvula de escape. O número de pessoas trabalhando por conta própria cresceu 5,2% no segundo trimestre, frente aos três primeiros meses deste ano, o que significa incremento de mais 95 mil pessoas.

Uma boa notícia da pesquisa é que a taxa de desemprego no Estado de São Paulo recuou de 14,2% no primeiro trimestre para 13,5% no segundo trimestre – o estado é considerado um “farol” que antecede o comportamento do restante do país. O resultado foi puxado pela geração de vagas pelo setor industrial, segundo os dados da pesquisa.