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Após dissidências, Força Sindical diz ser contra projeto de lei

São Paulo – A Força Sindical, ligada ao deputado federal e ex-presidente da entidade, Paulo Pereira da Silva (SP), mudou seu entendimento a respeito do projeto de terceirização e participa hoje, às 9h, da audiência pública no Senado ao lado de outras centrais, como CUT e UGT, contra a terceirização.

A mudança de posição da segunda maior central sindical do País (10,82%, segundo dados do Ministério do Trabalho) se deve a pressão dos sindicatos que compõem a sua base e mesmo de regionais da Força, como no Paraná e Mato Grosso, que também protestaram contra a aprovação do texto na Câmara.

O 1º secretário-geral da Força Sindical, Sérgio Luiz Leite, justifica a mudança de posição da central como o “acordo que foi possível” na Câmara. Ele lembra que houve convergência entre as centrais sobre os outros três aspectos que compõem o Projeto de Lei 4.330/ 2004: representação sindical, responsabilidade solidária e o direito a informação.

“Quando você está no meio de uma negociação, pede vários itens na pauta e fecha um acordo diferente. É o que foi possível naquele momento”, argumenta Leite.

Ainda segundo o 1º secretário-geral da Força, “não há contrassenso em proteger os direitos dos terceirizados e impor limites para a terceirização”, declarou.

O posicionamento contrário da Força ao PL 4.330 foi decidido na última segunda-feira (11), em uma reunião com as centrais CUT, CTB, Nova Central, UGT e CSB, que discutiu também a paralisação articulada pelos sindicalistas, marcada para o próximo dia 29.

Oficialmente, a Força fará uma reunião amanhã entre sua Executiva Nacional para deliberar sobre o tema. Mas seus líderes dizem que se a pauta do protesto no fim deste mês também for o ajuste fiscal, o aumento do desemprego e a crise econômica, a central deverá participar.

A secretária nacional de Relações do Trabalho da CUT, Graça Costa, afirma que a organização para o dia 29 de maio é um dia de paralisações, mas não descarta uma greve-geral. “Nós consideramos que o Senado não vai adotar o mesmo ritual da Câmara, mas se tiver (a mesma postura), vamos até a greve”, diz Graça.

Senado

Após o texto da terceirização ser aprovado na Câmara, os sindicalistas apostam agora no presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para barra-lo. Em conversa com Renan, os sindicalistas ouviram que o debate no Senado será mais extenso do que na Câmara e haverá mais espaço para argumentações entre líderes sindicalistas.

Um dos indícios do tratamento diferenciado por Renan é que o tema está em quatro comissões permanentes do Senado (Constituição Justiça e Cidadania, Assuntos Econômicos, Direitos Humanos, e de Assuntos Sociais), e, na última terça-feira, também foi enviado à Comissão de Ciência e Tecnologia da Casa.