São José dos Campos

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Campinas, realiza hoje (22) a primeira audiência de conciliação entre o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e a Avibras Aeroespacial. A empresa demitiu 170 funcionários mês passado alegando dificuldades financeiras em razão do atraso na assinatura de contrato com o governo federal para o desenvolvimento do novo sistema de artilharia de foguetes, batizado de Astros 2020. No último dia 2, o TRT suspendeu as demissões, por meio de liminar, em resposta à ação impetrada pelo Sindicato dos Metalúrgicos. –

O desembargador Lorival Ferreira dos Santos alegou a falta de negociação prévia por parte da empresa. O desembargador declarou nulas todas as demissões e proibiu novas demissões até o julgamento da ação. Segundo o sindicato, na audiência a Avibras terá que apresentar os balanços patrimoniais e as demonstrações contábeis dos dois últimos anos. Um dia após a decisão do TRT, representantes do sindicato reuniram-se com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, em Brasília, para reivindicar que o governo federal tomasse medidas urgentes em benefício dos trabalhadores. “No encontro, o ministro afirmou que convocaria a Avibras para dar explicações sobre as demissões, mas, passados 18 dias, ainda não cumpriu o prometido”, disse o diretor do sindicato, José Donizetti de Almeida.

“No dia 7 de fevereiro, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse em São José dos Campos que apresentaria um plano para a Avibras em no máximo dez dias. O prazo se expira hoje, dia 21, considerando-se apenas os dias úteis. A única saída para a Avibras, para os trabalhadores e para a soberania do País é a estatização da empresa”, afirmou o sindicalista. O Sindicato dos Metalúrgicos, desde o ano passado tem procurado o governo federal para reivindicar a assinatura do Programa Astros 2020, uma parceria entre o Exército brasileiro e a Avibras para a produção de conjunto lançador de foguetes de artilharia. O programa está avaliado em R$ 1,2 bilhão.

Iara Oliveira