Notícias

Veto da Fazenda restringe benefício fiscal para indústria

DE SÃO PAULO

O reduzido espaço para cortes no Orçamento deve levar o governo a anunciar nesta terça-feira apenas um projeto-piloto de desoneração da folha de pagamento para setores intensivos de mão de obra, como têxtil, calçados e móveis, informa reportagem de Valdo Cruz, Sheila D´Amorim e Natuza Nery, publicada na Folha desta terça-feira (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
A medida fará parte da nova política industrial, batizada de Brasil Maior, e só entrou no programa diante da cobrança da presidente Dilma, que pediu ações efetivas para dar competitividade ao setor exportador brasileiro.
Até a última sexta-feira (29), a desoneração estava fora do plano, diante da resistência do ministro Guido Mantega (Fazenda), preocupado com os cortes de impostos no Orçamento do próximo ano.

BOICOTE
As centrais sindicais decidiram boicotar o lançamento da nova política industrial do governo. O sigilo com o qual a presidente vem tratando dos detalhes do plano não excluiu as centrais. Reunidas na noite da segunda-feira (1º), com os ministros da área econômica do governo, as centrais sindicais, incluindo a CUT, mais próxima aliada do governo, foram informadas da linha geral do plano, mas saíram sem ter acesso a detalhes como percentuais ou setores específicos de desonerações.
O principal ponto de atrito diz respeito à desoneração da folha de pagamento. As centrais dizem que, há quatro meses, em reunião com Guido Mantega (Fazenda), ficou definido que seriam definidas quatro tarifas, específicas para determinados setores.
Depois disso, contudo, afirma o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, não houve novas mesas de negociação da área econômica com os representantes dos trabalhadores.
A CUT, por exemplo, defende que a desoneração seja acompanhada de contrapartidas ambientais, sociais e de emprego por parte das empresas beneficiadas.