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Sindicatos: o futuro dura muito tempo e já bate à porta

Caminhos para os sindicatos construírem seu futuro em um mundo do trabalho em mudança”, este é título de alentado artigo escrito por Clemente Ganz Lúcio, ex-diretor técnico do Dieese e atual assessor do Fórum das Centrais Sindicais. O texto foi reproduzido na íntegra no portal do DIAP. A leitura é obrigatória. Fiquem à vontade.

Marcos Verlaine*

sindicatos futuro

O ensaio escrito por Clemente é de fato leitura obrigatória para todos que militam no movimento sindical. No texto, o autor enfrenta todos os atuais e relevantes dilemas do sindicalismo pós-Reforma Trabalhista e os avanços tecnológicos que afetam — para o bem ou para o mal — o mundo do trabalho e suas relações.

Ler, compreender e debater o artigo é a primeira tarefa a ser cumprida por todos aqueles que atuam no sindicalismo. Mãos à obra!

O texto, não podia ser diferente, é profundo e extenso. Toca, salvo melhor juízo, em todas as questões mais relevantes que afetam o sindicalismo, o mundo do trabalho e suas relações dinâmicas.

A análise aborda toda a legislação relevante, pós-impeachment, que solapou o momento sindical, sua estrutura e organização — Terceirização, reformas Trabalhista e da Previdência e até leis temporárias que não foram levadas a cabo pelo Congresso, como a “MP do boleto bancário” e a da “Carteira Verde e Amarela”, mas que causaram imensos prejuízos financeiros à organização sindical — que precisam ser compreendidas para serem devidamente combatidas.

O ensaio aponta caminhos, faz propostas, entra no contencioso, por exemplo, da Reforma Sindical, que setores do movimento sindical querem ignorar, por divergências. Desenha cenários, apresenta diretrizes e fundamentos sobre este tema que precisará de olhar mais profundo e crítico dos protagonistas da labuta para organizar os assalariados, que permita formular saídas para a construção de uma organização dos trabalhadores mais dinâmica e em consonância com as mudanças levadas a cabo pelos novos tempos.

Menciona a organização sindical, toca no problema da representatividade. Faz incursão sobre o futuro do movimento sindical diante das novas formas de trabalhar, por meio das plataformas digitais.

“O primeiro aspecto de uma estratégia de reestruturação sindical é a promoção de um amplo processo de participação dos jovens — trabalhadores e trabalhadoras com menos de 30 anos de idade — na vida sindical, como ativistas, militantes e dirigentes”, disserta.

Organizar os trabalhadores por locais de trabalho e moradia são desafios antigos diante de situações novas e ainda pouco compreendidas. O “emprego oculto”, encoberto pelas novas relações precárias de trabalho. Os sindicatos prestadores de serviços “Para atender a diversidade de demandas dos trabalhadores” são temas abordados no texto.

“Financiamento e reorganização patrimonial” para superar o fim do imposto sindical obrigatório. Que fazer? O texto aponta caminhos. Dinheiro não cai do céu. Sem ideias e trabalho não haverá recursos financeiros para superar a aridez causada pelo fim do dinheiro farto de outrora.

Sobre a Comunicação. “… dimensão fundamental da reestruturação é o desenvolvimento de um projeto inovador e ousado de comunicação sindical com os trabalhadores e a sociedade”, escreve.

“Serviço de Pesquisa, Educação e de Assessoria”. Lembrou do Dieese e do DIAP, tão necessários às agendas salarial, econômica e política dos sindicatos. Estas 2 instituições são patrimônio imprescindíveis do movimento sindical brasileiro. Deixá-las à míngua expõem problemas que o movimento sindical precisa enfrentar e superar.

Os desafios estão lançados. Parabéns Clemente, pela ousadia do texto, a clareza em relação às demandas e, sobretudo, a coragem em apontar as deficiências que precisam ser compreendidas, enfrentadas e esclarecidas, a fim de serem superadas.

Com a palavra, o movimento sindical!

(*) Jornalista, analista político e assessor parlamentar licenciado do Diap