Manifestação interdita ruas e deixa tráfego lento no Centro do Rio

Agentes da CET-Rio monitoram o trânsito, na tarde desta quarta-feira (20).
Prefeitura da cidade pede para que motoristas evitem circular pela região.

José Raphael Berrêdo / G1-RJ

Milhares de pessoas ocupam a Avenida Rio Branco, no Centro do Rio de Janeiro, na tarde desta quarta-feira (20), em protesto coletivo realizado em função da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Segundo estimativa da Polícia Militar divulgada às 18h30, cerca de 20 mil pessoas acompanhavam a passeata. Carros de som, bandeiras, faixas, artistas e até uma escola de samba apoiam as mais variadas causas, em um clima pacífico. Segundo o Centro de Operações Rio, devido aos protestos, a pista lateral da Avenida Presidente Vargas chegou a ter duas faixas interditadas, mas, às 16h35, foi liberada.

Ativistas de meio ambiente, trabalhadores rurais e urbanos, estudantes, professores e índios desfilam pela avenida separados por espécies de alas, um grupo na frente do outro, lembrando, do alto, os desfiles carnavalescos na Marquês de Sapucaí.

Alguns cantavam em coro (com direito a coreografia), outros apitavam de cara pintada e líderes de movimentos comandavam os seus companheiros de ideais ao microfone.

Durante a interdição, o trânsito foi desviado pela CET-Rio para as ruas Carmo Neto, Benedito Hipólito e Marquês de Pombal. No sentido oposto, na Praça da Bandeira, o desvio foi pela Avenida Marechal Floriano. A CET-Rio colocou 95 agentes para monitorar o trânsito no local.

A Avenida Rio Branco ainda permanece interditada, na altura da Avenida Presidente Vargas. A retenção chega até a Avenida Francisco Bicalho e Rua Francisco Eugênio, na Zona Portuária da cidade.

Outro prostesto, que também aconteceu no Centro da cidade nesta tarde, reuniu funcionários em greve da Cedae, concessionária pelo abastecimento de água. A categoria fechou uma faixa da Avenida Presidentes e realizou um “apitaço”.

Também nesta tarde, cerca de 100 jovens protestaram no Centro da cidade. Entre as reivindicações, os manifestantes reclamavam dos investimentos na Copa de 2014 e cobravam a legalização da maconha.

Até uma escola de samba participou da manifestação. Convidada pelo alemão Holgen Güssefeld, idealizador do Bread Tank (tanque de pães), que faz sucesso na Rio+20, a Acadêmicos de Vigário Geral serviu como abre-alas da obra, com passistas, inclusive uma mirim, e ritmistas.

“O tanque é um exemplo de transformação de uma coisa ruim em uma boa. Se esta transformação se realizar no mundo, será razão de alegria, aqui representada pela escola de samba”, explicou o colaborador do World Future Council.

Em meio a marcha, por volta das 16h, um grupo de 20 índios caminhou em sentido contrário à passeata, carregando um toco de madeira, em protesto contra o desmatamento. Algumas pessoas ficaram assustadas, mas não houve tumulto.

Crianças, como o pequeno João Guilherme, de 3 anos, também foram bem-vindas na marcha. Trazido pelo pai, o funcionário público, Paulo Nagae, o pequeno parecia se divertir em meio à barulheira. “Acho que um evento dessa magnitude, dessa nobreza, tem que ser prestigiado. É uma obrigação para nós estar aqui e acho importante trazer ele para dar o exemplo”, disse o pai.

Para mais informações sobre o trânsito no Rio, você pode acompanhar as câmeras do G1 e consultar a tabela com as condições das principais vias.

Paulo Whitaker-Reuters

Foto oficial dos chefes de Estado presentes à Rio+20