Miguel Torres na Metalfrio
Hoje, 8 de outubro, primeiro dia de greve dos metalúrgicos pelo aumento salarial, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo assinou oito acordos diretos com empresas, garantindo 11,10% de aumento salarial, e recebeu pedidos de prazo até sexta e segunda-feira, das empresas, para fechar o acordo. As paralisações aconteceram em 17 fábricas da capital, por um período de uma a duas horas, e envolveram cerca de 11 mil trabalhadores.
Os acordos foram firmados com a Metalúrgica Schioppa, Pasini & Cia, Inci Cozinhas Industriais (todas na zona leste), Bekun do Brasil (zona sul) e Isomec Estamparia (zona oeste), entre outras empresas.
Na METALFRIO, zona sul, do setor de máquinas, os trabalhadores decidiram manter a GREVE até a assinatura do acordo. A empresa conversou hoje de manhã com o presidente do Sindicato, Miguel Eduardo Torres, e o diretor Antonio Raimundo, o Mala, que comandavam assembléia na porta da fábrica, e pediu prazo até amanhã para analisar o acordo. Os trabalhadores não aceitaram, ficaram do lado de fora da empresa até 10h da manhã e foram pra casa. A fábrica tem cerca de 480 funcionários.
Em outras empresas, os trabalhadores aprovaram estado de greve.
NO ESTADO
No Estado, foram feitas paralisações de uma a duas horas em 300 empresas em 25 municípios, atingindo cerca de cinco mil trabalhadores, segundo balanço da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo.
A greve atinge as empresas dos setores de máquinas e equipamentos e eletroeletrônicos, diante da postura dos sindicatos patronais – Sindmaq e Sinaees – em dificultar as negociações e não acenarem com nenhuma contraproposta.
A categoria, com data-base em 1º de novembro, reivindica aumento salarial, valorização do piso salarial, fim das terceirizações, cumprimento da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (contra demissão imotivada). A campanha salarial envolve 54 sindicatos de metalúrgicos no Estado, que representam cerca de 750 mil trabalhadores.
Diretores do Sindicato detidos
Os diretores David Martins e Eufrozino Pereira e os assessores Rodoni, Isac e Erlon, do Sindicato, que haviam sido detidos pela polícia hoje de manhã, quando realizavam assembléia na MTU do Brasil, fábrica de motores diesel, na zona oeste da capital, foram liberados à tarde, por volta das 14h15. Eles ficaram detidos no 46º DP, em Perus.
A polícia, chamada pela empresa, queria que os diretores tirassem o carro de som da porta da fábrica, como não foi atendida, deu voz de prisão por desobediência e apreendeu o carro de som. “Nós estávamos no meio de uma assembléia, não dava pra parar de repente, mas eles não quiseram esperar”, afirma David Martins.
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