Portuários fazem governo firmar acordo por mudanças na MP

Categoria paralisou atividade em Santos, com apoio do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. Diante da pressão, governo federal decidiu que abrirá negociações para ouvir reivindicações e mudar a Medida Provisória 595 (MP dos Portos).

Jaelcio Santana

Metalúrgicos e portuários durante paralisação no porto de Santos

Os trabalhadores portuários concordaram em suspender as greves até 15 de março para negociar com o governo as mudanças na MP dos Portos (Medida Provisória nº 595), que precariza as condições de trabalho. O acordo com o governo foi feito durante reunião realizada hoje (dia 22), em Brasília, entre representantes dos sindicatos, federações, centrais sindicais e o ministro-chefe da Secretaria dos Portos, Leônidas Cristino.

O deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, Paulinho, afirmou que o acordo foi um gesto dos trabalhadores visando a negociação e mudanças na MP dos Portos. “A abertura de diálogo representa que podemos debater mudanças na MP dos Portos. Não vamos permitir a precarização do trabalho nos portos”, disse.

 “A greve foi uma vitória dos trabalhadores”, afirmou Wilton Ferreira Barreto, presidente da Federação Nacional dos Estivadores. “A Medida Provisória retira direitos e diminui salários e isto não podemos aceitar ”, declarou Rodnei Oliveira da Silva, presidente do Sindicato dos Estivadores de Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão.

Greve – Sindicatos organizaram  manifestações em vários estados, especialmente no porto de Santos, no litoral paulista. A mobilização, com cerca de 30 mil trabalhadores, paralisou portos nos seguintes estados: Amapá; Amazonas (Itacoatira, Manaus e Parintins); Pernambuco;  Bahia (Salvador, Ilheus e Aratu); São Paulo (Santos e São Sebastião); Espírito Santo (Vitória, Capuava e Vila Velha);  Rio de Janeiro (Angra dos Reis); Santa Catarina (Paranaguá, Itajaí) e Rio Grande do Sul (Rio Grande).

Veja os termos do acordo firmado entre trabalhadores e governo nbesta sexta-feira (dia 22)

I – A Mesa de Diálogo terá prazo de conclusão dos trabalhos até 15 de março de 2013;
II – O relator da matéria na Comissão Mista do Congresso Nacional, senador Eduardo Braga, será convidado a participar dos trabalhos da Mesa de Diálogo;
III – Durante o período dos trabalhos e negociação da Mesa de Diálogo:
a) não serão adotadas medidas pelo Governo para abreviar o prazo de apreciação da MP 595 no Congresso Nacional;
b) não será encaminhado pela Secretaria de Portos à Presidenta da República proposta de decreto para regulamentar a MPV 595;
c) não serão licitados pela União novos arrendamentos de terminais portuários ou concessões portuárias;
d) o Governo federal não requererá a execução de eventuais multas em decorrência de medida liminar concedida pelo Tribunal Superior do Trabalho relativa a ilegalidade da greve em 21 de fevereiro de 2013, e não adotará medidas para o ajuizamento de ação principal.
e) os representantes dos trabalhadores comprometem-se a não realizar greve ou paralisação envolvendo os portos e instalações portuárias.

Paulo Segura

Miguel Torres, Arakém, diretores, coordenadores e assessores do Sindicato no apoio à paralisação