Prévia do PIB avança 1,29% em janeiro e supera expectativas

Folha de S.Paulo

DE SÃO PAULO
DE BRASÍLIA

Depois de um 2012 de fraca atividade e um crescimento do PIB inferior a 1%, a economia iniciou o ano com sinais positivos na esteira da melhora da indústria e superou as expectativas dos analistas de mercado.

Alta dos preços está espalhada e é resistente, diz BC
Análise: Banco Central tira o pé do acelerardor, mas não deve pisar no freio

Segundo dados do Banco Central divulgados nesta sexta-feira, a economia avançou 1,29% em janeiro na comparação com dezembro (resultado com ajuste sazonal, que desconsidera efeitos de determinado período do ano).

Analistas consultados pela Reuters esperavam uma alta de 0,9% na comparação mensal em janeiro. Em dezembro, a economia havia recuado 0,45%, segundo o índice de atividade do Banco Central (IBC-Br) revisado.

No acumulado em 12 meses até janeiro, alta no indicador é de 0,7%.

O resultado do primeiro mês do ano reflete o desempenho acima do esperado na produção industrial. O crescimento da atividade nas fábricas em janeiro, de 2,5% em relação a dezembro, representou a evolução mais forte na comparação mensal desde março de 2010.

O setor produtivo teve o seu pior ano desde 2009 e foi apontado como um dos principais vilões do avanço modesto do PIB no ano passado, de 0,9%. A expectativa é de uma retomada para um crescimento de até 3% em 2013, capaz de conduzir o PIB para uma alta próxima a 3% também.

Embora em ritmo menor (0,6%), as vendas do varejo também contribuíram para que a atividade iniciasse 2013 em alta. Diferente da indústria, porém, o comércio avançou em 2012 e agora indica uma tendência de acomodação.

Para a economista-chefe da Rosenberg & Associados, Thaís Marzola Zara, a aceleração do IBC-Br indica um começo de ano melhor e é “compatível com uma recuperação da atividade ao longo deste ano”. A consultoria estima que o PIB vá crescer 2,5% em 2013.

RISCOS

No caminho da trajetória de retomada, contudo, os riscos de inflação e a possibilidade de uma elevação na taxa de juros para mitigar os efeitos adversos nos preços pesam contra. Na ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), técnicos do Banco Central afirmaram que a alta dos preços está dispersa e resistente e sugeriam “cautela”.

  Editoria de arte/Folhapress  

Na avaliação da economista, uma aceleração da atividade também deve fazer com quem o Banco Central (BC) aumente a taxa básica de juros (Selic) na sua próxima reunião, em abril.

“O BC já reconheceu que os dados de inflação pioraram muito e que podem apresentar resistência, a única incerteza vinha do ritmo da atividade, que já começa a ter dados melhores”.

Na semana passada, o Copom (Comitê de Política Minetária) manteve o juro básico da economia brasileira, a taxa Selic, em 7,25% ao ano.

INDICADOR

O índice de atividade do Banco Central divulgado nesta sexta-feira é um indicador de abrangência nacional que busca refletir mensalmente a atividade econômica em determinado período.

O indicador acompanha a atividade econômica através de variáveis cujos comportamentos estão correlacionados à produção realizada nos três setores da economia brasileira (agropecuária, indústria e serviços) e dos impostos.

Já o Produto Interno Bruto (PIB), calculado e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não mede simplesmente a produção da economia, mas sim o valor adicionado pelos setores.

Com Reuters