A produção industrial do Brasil cresceu 1,8% em abril na comparação com o mês anterior, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta terça-feira (4). É a segunda alta consecutiva nesse tipo de comparação, sinalizando uma recuperação do setor.
O setor automobilístico, um dos principais beneficiários de programas de estímulo governamental, liderou os ganhos do mês (alta de 8,2%).
O Brasil produziu um número recorde de automóveis em abril num momento em que a extensão de cortes de imposto para consumidores ajudou a apoiar a demanda. Em dois meses, a produção de veículos registrou alta de 15,6%.
Na comparação com abril do ano passado, a produção industrial brasileira teve alta de 8,4%. É a taxa mais elevada nesse tipo de comparação desde agosto de 2010.
No acumulado do ano, a indústria registra expansão de 1,6%. Porém, nos últimos 12 meses, a indústria apresenta recuo de 1,1%.
Bens de capital têm maior variação mensal
A categoria ´Bens de capital´ foi a que apresentou maior variação mensal, segundo o IBGE, com alta de 3,2%, quarto resultado positivo consecutivo e acumulando ganho de 15,5% no período.
As demais categorias de uso também mostraram avanço em abril, quando comparado com março, com destaque para ´Bens de consumo´, com alta de 1,8%.
Indústria brasileira tem ´patinado´
A indústria brasileira ´patinou´ no início deste ano, e registrou retração de 0,3% no primeiro trimestre, colaborando para o Produto Interno Bruto (PIB) apresentar crescimento de apenas 0,6% entre janeiro e março.
Isso consolidou as apostas de que a economia brasileira irá crescer menos de 3% neste ano. Na pesquisa Focus do Banco Central, economistas esperam expansão de 2,77% do PIB, com a produção industrial crescendo 2,5%.
17 de 27 setores têm expansão em abril
Em abril, informou ainda o IBGE, 17 dos 27 ramos de atividade apresentaram expansão mensal. Além dos veículos automotores, os setores de máquinas e equipamentos (+7,9%) e alimentos (+4,8%) também se destacaram.
Na ponta oposta, entra as atividades que mostraram retração estão bebidas (-5,9%) e material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-6,5%), que reverteram as taxas positivas do mês anterior de 1,5% e 0,6%, respectivamente.
O IBGE revisou ainda a expansão mensal de março ante fevereiro–passando a 0,8%, ante 0,7%. Na comparação anual, a produção industrial de março mostrou queda de 3,6%, ante retração de 3,3% divulgada anteriormente.
(Com Reuters)