A inflação brasileira em junho superou o teto da meta oficial mais uma vez e atingiu o maior nível em mais de um ano e meio, segundo informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítica), nesta sexta-feira (5).
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,26% no mês passado, ante alta de 0,37% em maio. A alta registrada no mês passado é a menor desde junho de 2012, quando o indicador avançou 0,08%.
Porém, no acumulado em 12 meses, o indicador acumula elevação de 6,70%, a maior taxa desde outubro de 2011 (6,97%), e acima do teto de 6,5% da meta do governo.
No acumulado do 1º semestre, a inflação atingiu 3,15%, ante 2,32% no mesmo período do ano passado.
Parte da alta foi provocada pelo aumento das tarifas de transporte público, o principal gatilho dos maiores protestos de rua em mais de duas décadas. O aumento foi revogado em várias capitais, o que deve ajudar a inflação a perder força em julho.
Os preços de alimentos, uma das principais causas da inflação desde o segundo semestre do ano passado, continua mostrando desaceleração.
Os nove grupos que compõem o IPCA tiveram as seguintes variações entre maio e junho: alimentação e bebidas (de 0,31% para 0,04%), habitação (de 0,75% para 0,57%), artigos de residência (de 0,46% para 0,12%), vestuário (de 0,84% para 0,50%), transportes (de -0,25% para 0,14%), saúde e cuidados pessoais (de 0,94% para 0,36%), despesas pessoais (de 0,41% para 0,40%), educação (de 0,06% para 0,18%) e comunicação (de 0,08% para 0,19%).
Resultado deve manter pressão sobre o BC
O resultado, embora seja esperado há meses por economistas de mercado e pelo governo, deve manter a pressão sobre o Banco Central (BC) durante a reunião do seu Comitê de Política Monetária (Copom) da semana que vem, quando deve subir a Selic –hoje em 8%– pela terceira vez seguida.
A visão majoritária, de acordo com a pesquisa semanal do próprio BC com economistas, é de que a inflação de junho seja o ponto mais alto do atual ciclo, voltando para menos de 6% até o fim do ano. O BC teria apenas que subir os juros mais duas ou três vezes, para 9,25%, para garantir que as expectativas de inflação de 2014 não subam.
O IPCA mede a inflação para as famílias com renda de um a 40 salários mínimos em nove regiões metropolitanas do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, além do município de Goiânia e de Brasília.
Inflação para a baixa renda
O IBGE divulgou também que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com rendimento de até cinco salários mínimos, subiu 0,28% em junho. No ano, o indicador registra alta de 3,30%. Nos 12 meses até junho, o INPC teve elevação de 6,97%.
(Com Reuters e Valor)