O partido Solidariedade nasceu com o objetivo de ser um instrumento de luta das classes populares capaz de buscar uma relação de compromisso entre capital e trabalho.
Pensamos uma agremiação com capacidade de ouvir demandas, dialogar com as esferas de poder e lutar pelas proposições que atendam aos anseios do povo por meio dos caminhos institucionais.
Por onde ando, todos me perguntam: por que você saiu do PDT para fundar um novo partido? Primeiro porque entendo que o debate de ideias e a pluralidade de partidos são pilares da democracia.
Segundo, quero ressaltar que saí do PDT, legenda pela qual tive a honra de cerrar fileiras junto com Leonel Brizola, porque vem faltando transparência e debate ao partido, comandado de forma centralizada, pouco democrática e equivocada. A história do PDT é maior do que a de seus atuais dirigentes.
Nosso partido nasceu pautado nas causas populares como força motriz da transformação. Vamos manter uma postura propositiva e independente ao governo. Não seremos adesistas fisiológicos, nem oposição sistemática, que visa apenas fazer terra arrasada.
Tenho sido um crítico contumaz da atual ocupante do Palácio do Planalto, que já cataloguei como minha adversária. Isso é resultado de sua postura arrogante e sua falta de diálogo com os trabalhadores e parte do setor produtivo.
Em 2010, apoiamos a presidenta, que assumiu compromissos com a classe trabalhadora. Após as eleições, ela nos virou as costas e se curvou, de forma vergonhosa, para o setor especulativo e para os rentistas. Basta olharmos os patamares dos juros no país! Com a recente alta, o Brasil tem hoje a maior taxa real de juros do mundo.
Outra questão à qual o governo virou as costas é o problema da desindustrialização. Alertamos sobre a falta de uma política que fortaleça a indústria e preserve empregos diante do tsunami das importações.
Aliás, desde 2010, o Brasil não sabe o que é crescimento vigoroso. A economia está com o freio de mão puxado, amarrada a uma velocidade não superior a 2% ao ano, ritmo insuficiente para consolidar os avanços sociais do governo Lula. A previsão de crescimento do Brasil para 2014 está em 2,5%, frente aos 5% previstos para a Bolívia.
A chave para o país crescer passa pelo aprimoramento da infraestrutura, da educação e da saúde. Mas, infelizmente, o Brasil não se preparou para os desafios. Dilma fracassou na tentativa de modernizar a infraestrutura.
Em 2014, o Solidariedade irá trabalhar junto a políticas compromissadas com um Brasil com emprego decente, moradia digna, carga tributária menor, transporte e saúde de qualidade. Para isso, é preciso uma plataforma consistente de promoção do desenvolvimento sustentável com distribuição de renda.
No momento de sua criação, o Solidariedade já se fazia representar em todas as 27 unidades da Federação por um número expressivo de deputados, prefeitos, vereadores, lideranças políticas, sindicais e de movimentos sociais.
Temos propostas para a construção de uma sociedade mais justa, com cooperação e solidariedade como compromisso estrutural.
PAULO PEREIRA DA SILVA, 57, o Paulinho da Força, deputado federal por São Paulo, é presidente nacional do Solidariedade e da Força Sindical
Artigo publicado no Jornal Folha de São Paulo nesta sexta-feira (25)