Centrais pedem 17% de reajuste do piso de SP

Com o índice proposto, a primeira faixa do salário mínimo regional passaria de R$ 755 para R$ 889,25

Jaelcio Santana

As centrais sindicais vão reivindicar uma aumento de 17,78% para o piso regional no estado de São Paulo. A decisão foi tomada nesta segunda, durante reunião dos representantes paulistas da Força Sindical, CUT e UGT (União Geral dos Trabalhadores), entre outras organizações,  e será levada ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) até o final do mês. O índice é mais do que o dobro dos 7,14% oferecidos pelo governo do estado.

A fórmula elaborada pelas centrais e pelo Dieese para o novo reajuste leva em conta a inflação medida pelo INPC e a evolução do PIB (Produto Interno Bruto) do estado, além do custo da cesta básica na capital paulista. Com esse aumento, a primeira faixa do salário mínimo estadual passaria de R$ 755 para R$ 889,25. O segundo grupo subiria de R$ 765 para R$ 901 e a terceira faixa de ganho seria elevada de R$ 775 para R$ 912,81.

O piso salarial regional foi criado em 2007 no estado e é voltado para trabalhadores da iniciativa privada que não têm valor definido por convenção ou acordo coletivo de trabalho. As três faixas salariais abrigam 105 ocupações, como  empregados domésticos, motoboys e ascensoristas no primeiro grupo. Em seguida, há operadores de máquinas na construção civil, pedreiros, garçons, chefes de serviço de transporte e agentes de vendas nas demais faixas.

Para Danilo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical no estado, o percentual reivindicado não é exagerado. Segundo ele, o índice ajuda a dar poder de compra ao mínimo regional no estado mais rico do país e com a cesta básica mais cara. Ricardo Patah, presidente da UGT, disse que a reivindicação é compatível com o tamanho do estado. “Aumentar os pisos salariais é a melhor forma de distribuir renda”, afirmou.

O secretário estadual do Emprego, Tadeu Morais, evitou fazer juízo de valor sobre a reivindicação. “Ainda estamos em negociação, vamos analisar as propostas. Mas claro que é um índice que não foi obtido por nenhuma categoria”, afirmou.

Segundo ele, a secretaria vai participar de reuniões com as centrais e, até o final do mês, o governador também receberá os dirigentes. O piso regional tem de ser aprovado pela Assembleia Legislativa.