Paulo Segura
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Cerca de 1.100 trabalhadores metalúrgicos participaram, na manhã desta terça-feira (16), da 2ª manifestação de mobilização da Campanha Salarial realizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes na zona oeste da capital. O ato aconteceu em frente à empresa Alstom e reuniu trabalhadores de várias fábricas da região. A primeira manifestação foi realizada ontem, na zona norte e a de amanhã, quarta-feira, será na zona sul (veja abaixo).
O presidente do Sindicato, Miguel Torres, reforçou a importância da unidade para o fortalecimento da categoria na mesa de negociação com o patronato. “A reposição da inflação e o aumento real são importantes para o trabalhador enfrentar os aumentos de preços que virão, melhorar o padrão de vida da família e ajudar a economia, porque com mais salário no bolso, o trabalhador compra, o comércio vende mais e as fábricas produzem e mantêm o emprego”, disse.
O secretário-geral do Sindicato, Arakém, disse que esta é uma oportunidade única para conquistar aumento salarial. “Está nas nossas mãos decidir se o acordo salarial será bom ou ruim. O percentual de aumento vai ser do tamanho da nossa participação”, afirmou.
Geraldino, secretário de relações internacionais da Força Sindical, lembrou que a campanha salarial é o momento de renovação da Convenção Coletiva de Trabalho. “Fazemos acordo uma vez por ano e sabemos que é uma luta muito grande renovar as cláusulas conquistadas, porque o empresário não vai ceder espontaneamente. Por isso existe o Sindicato, mas a categoria tem que estar junto”.
O comando de negociação da Campanha Salarial não vai aceitar argumento de crise na mesa de negociação. “Vamos enfrentar esta luta com unidade e sabendo que o que conquistarmos aqui vai ajudar outras categorias. Esse é um passo que mostra nossa organização pela renovação das cláusulas da nossa convenção. Não podemos abrir mão do que já conquistamos nem do aumento salarial”, disse Miguel Torres.
Organização
Os trabalhadores presentes na manifestação foram mobilizados pelos diretores Erlon Lorentz, Alemão, Porfírio, Ceará, Teco e Luiz Valentim, que também deram o seu recado aos trabalhadores.
Diretor Erlon: “Temos que estar mobilizados e unidos. Aumento salarial é só uma vez por ano. Se não tiver participação, não tem luta”.
Diretor Alemão: “A unidade dos trabalhadores é que vai dar sustentação à campanha salarial. É o momento de trabalharmos para nós mesmos”.
Diretor Luiz Valentim: “Não adianta dizer que tem crise, na hora do nosso aumento vamos lutar”.
Diretor Porfírio: “Levem este recado aos companheiros da fábrica: se não nos unirmos ficará mais difícil conquistar”.
Diretor Ceará: “As empresas estão indo embora porque não tem uma política industrial. A Delga tinha 800 trabalhadores e todo dia tinha um fiscal da prefeitura em cima. A prefeitura não renovou a licença e a empresa está indo embora da cidade”.
Diretor Teco: “Não podemos brincar, nem vacilar. Precisamos de aumento de salário porque a inflação come o nosso salário. Cada um aqui tem o compromisso de falar com quem ficou na fábrica, as dificuldades que nós temos”.
Próximas manifestações
Dia 17 (4ª feira) – Zona Sul
Local: Av. das Nações Unidas, altura do nº 22.002, no canteiro central, em frente à MWM, às 9h
Dia 18 (5ª feira) – Zona Leste
Local: Praça Lorenzetti esquina com Av. Arno (Ilha do Sapo), Mooca, às 9h
Dia 22 (2ª feira) – Zona Leste
Local: Pq São Lourenço, esquina das ruas Forte do Araxá e Forte dos Franceses, São Mateus, às 9h
Dia 26 (6ª feira) – Mogi das Cruzes
Local: Rua Tenente Onofre Rodrigues de Aguiar, alt. nº 200, Vila Industrial, às 9h
A Pauta de Reivindicações da Campanha Salarial dos metalúrgicos ligados à Força Sindical e à Federação dos Metalúrgicos do ESP foi entregue à Fiesp (Federação das Indústrias) e aos grupos patronais 2 (máquinas e eletroeletrônicos), 19-3 (laminação de metais, equipamentos ferroviários, balanças, artefatos de metais, condutores elétricos, esquadrias etc.) e Fundição, e no dia 10 ao grupo 3 (autopeças).
A Campanha Salarial Unificada envolve cerca de 750 mil metalúrgicos no Estado com data-base em 1º de novembro, representados por 53 sindicatos.
Clique aqui e leia matéria da primeira manifestação
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