Mais de 170 pessoas, entre aposentados metalúrgicos, ativistas que lutaram pela redemocratização do País e dirigentes sindicais, participaram nesta quinta-feira, 25 de setembro, de mais um encontro promovido pelo Departamento de Memória Sindical do Sindicato.
O evento foi aberto pelo diretor Campos, responsável pelo Departamento, com saudações de agradecimento ao público de: Miguel Torres (presidente do Sindicato), Elza Pereira (diretora de finanças), Arakém (Secretário-Geral) e Juruna (Secretário-Geral da Força Sindical), entre outros diretores e diretoras e assessores.
“Ser aposentado não significa sair da vida. Os aposentados são pessoas experientes, que continuam com capacidade de lutar e fazer a sociedade brasileira pensar sobre o futuro melhor que almejamos para todos”, diz Miguel Torres.
“Com a perspectiva de vida maior, mais do que nunca precisamos debater os temas de interesse dos aposentados em busca de uma maior qualidade de vida. Precisamos também valorizar a história da classe trabalhadora: este é um dos nossos objetivos!”, disse Campos.
“O Brasil é muito injusto com os aposentados, não os valoriza. É uma vergonha! Nós estamos fazendo a nossa parte, abrindo a casa para reuniões e debates. Sugiro uma nova reunião, mas que seja em conjunto com os jovens metalúrgicos, para fomentar o intercâmbio de experiências e informações entre as gerações”, disse Elza Pereira.
“Aqui estão reunidos o que há de melhor. Vocês construiram a riqueza do País, mas infelizmente os governantes não reconhecem esta contribuição. Peço uma salva de palmas para vocês memos. Os aposentados são uma lição de vida e patriotismo”, disse Arakém.
Sargento, Juruna (ao microfone) e Campos |
“É bom lembrar as lutas e encontrar antigos companheiros. Esta iniciativa do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo é importante, pois resgata o que fizemos para garantir os direitos que estão na Constituição do Brasil e nas Convenções Coletivas de Trabalho. Conquistamos a redemocratização do País e o direito ao voto, que deve ser exercido no próximo 5 de outubro com a consciência da importância de elegermos pessoas comprometidas com a classe trabalhadora”, disse Juruna.
“Estes encontros do Departamento de Memória Sindical são importantes para resgatarmos as grandes ações e greves em defesa da categoria metalúrgica. São momentos para também estreitarmos nossos laços de amizade e fazermos uma reflexão sobre a realidade dos aposentados, que poderiam estar usufruindo seus benefícios para o lazer, não apenas preocupados com a compra de remédios. A maior riqueza de um País é, enfim, quem tem experiência de vida”, disse o diretor Roberto Sargento.
Palestra “História do Sindicato”
A jornalista Carolina Maria Ruy, do Centro de Memória Sindical, destacou a História do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo desde a fundação da entidade em 1932, passando pelo período em que a direção era atrelada ao Ministério do Trabalho, a geração de militantes de esquerda (mais politizada), as greves históricas da categoria contra a carestia e a ditadura e a mobilização pelas Diretas Já e pelos avanços sociais e trabalhistas na Constituição de 1988.
“Hoje o Sindicato tem expressiva participação nas lutas do movimento sindical unificado pela pauta trabalhista, jornada de 40 horas e trabalho decente”, disse Carolina, salientando que o “resgate da história dos sindicatos é fundamental para formar identidade como grupos organizados e atuantes, capazes de mudar os rumos da história do País”.
Para Carolina, a história do nosso Sindicato “pertence à toda sociedade brasileira”.
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Palestra “Desaposentação”
A advogada Maria Cristina Degaspare Patto falou sobre a Desaposentação, que é a troca do benefício previdenciário por um outro mais vantajoso, isto é, a possibilidade de os aposentados que ainda estão na ativa, contribuindo com o INSS, aumentarem o valor recebido.
A advogada respondeu as perguntas dos aposentados, interessados na notícia de que pela primeira vez ocorreu uma decisão judicial de “tutela antecipada”, favorecendo um metalúrgico aposentado, que passarrá a receber um novo benefício 1,8 vezes maior.
“Esta é uma grande vitória de vocês aposentados. Tenho certeza de que muitas outras virão!”, disse Maria Cristina.
Vale lembrar que há mais de um ano o Superior Tribunal de Justiça vem reconhecendo o direito à troca do benefício e sem a devolução dos valores pagos pelo INSS. Apesar da jurisprudência gerada pelo entendimento, a palavra final é do STF, que poderá votar este tema em breve. Se aprovada, a decisão terá força de lei.
A advogada concorda com a opinião geral do público presente de que o fator previdenciário “mutilou aposentadorias” e que é preciso elegermos parlamentares comprometidos com o fim deste nefasto mecanismo. Para ela, a desaposentação é também “uma forma de recuperar as perdas do fator”.
Fotos de Dea Segura