O rendimento médio do trabalhador no Brasil em agosto foi de R$ 2.055,55, o que representa um aumento de 2,5% acima da inflação comparado a agosto de 2013 (R$ 2.005,72) e de 1,7% em relação a julho deste ano (R$ 2.022,04). O grupo que mais teve aumento real foi a de militares e funcionários públicos, com alta de 7,1% em um ano, segundo o IBGE.
Os números correspondem a valores atualizados, já descontado o impacto da inflação. Desde 2002, quando começa a série histórica do IBGE, o aumento do salário médio foi de 15,1% -em agosto de 2002, o valor era de R$ 1.785,20. Os dados se referem a números médios e não significa que todos receberam reajustes nesses valores.
As informações estão na Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (25). Elas se referem às regiões metropolitanas de Recife (PE), Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP), Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS).
Entre 2002 e 2014, os rendimentos subiram mais em Belo Horizonte (31,5%), seguido por Porto Alegre (24,6%), Rio de Janeiro (22,2%), Salvador (17,1%), Recife (12,9%) e São Paulo (9%).
Os trabalhadores cujo salário médio mais aumentou entre agosto de 2014 e agosto de 2013 foram os militares e funcionários públicos, que tiveram um incremento de 7,1% na remuneração. Ela passou de R$ 3.378,41, em média, para R$ 3.616,70. O grupo corresponde a 8,1% da população ocupada.
O salário dos trabalhadores autônomos, que representavam 19% das pessoas empregadas, aumentou 4,3% em um ano.
Já os rendimentos dos empregados no setor privado tiveram pouca variação entre agosto de 2013 e de 2014. Os que tinham carteira assinada eram 50,8% do total de pessoas ocupadas e seu salário médio aumentou 1,1%. O salário dos que não tinham registro em carteira – 8,8% de todos os empregados – subiu 1%.
A pesquisa também mostrou que 4,2% das pessoas ocupadas eram empregadores.
Desemprego em agosto fica estável
A taxa de desemprego no país em agosto, de 5%, teve pouca variação com relação ao mês anterior (4,9%) e a agosto de 2013 (5,3%). É a menor taxa de desemprego para o mês de agosto desde 2002.
A população economicamente ativa, formada pela soma dos empregados e desempregados, aumentou 0,9% em relação a julho, sendo estimada em 24,4 milhões de pessoas em agosto.
As pessoas ocupadas eram 23,1 milhões, o que representa alta de 0,8% em relação a julho. O total de desocupados em agosto foi de 1,2 milhão de pessoas, número estável quando comparado ao mês anterior e a agosto e 2013.
Greve de servidores atrasou divulgação de dados
Excepcionalmente, o IBGE divulgou hoje os dados de emprego e desemprego relativos a maio, junho e julho, além dos de agosto. O atraso na divulgação se deve à greve de servidores da entidade por melhores salários e condições de trabalho.
A paralisação durou mais de dois meses e impediu a coleta regular de dados nas regiões metropolitanas de Porto Alegre (RS) e Salvador (BA), necessários para a composição da pesquisa completa. A última PME com dados de todas as regiões metropolitanas havia sido divulgada em abril.
Taxa de desemprego também ficou estável em maio, junho e julho
O percentual de desempregados em julho foi de 4,9%, contra 5,6% em julho de 2013. A queda entre junho de 2013 e junho de 2014 foi mais acentuada – de 6% para 4,8%. A taxa de desemprego em maio de 2014 foi estimada em 4,9%, menor que os 5,8% relativos a maio de 2013.