A denúncia feita pelo deputado federal Paulinho da Força sobre a correção monetária errada das contas do FGTS está avançando. A aprovação, pela Comissão de Trabalho da Câmara, do requerimento do deputado para convidar o presidente do BC, Alexandre Tombini; o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o secretário-executivo do FGTS, Quenio Franca, para prestar esclarecimentos sobre a correção do Fundo de Garantia mostra isso.
Primeiro foi feita uma apuração dos percentuais de correção; depois, a denúncia de que há um rombo nas contas; em seguida, a ação coletiva protocolada na Justiça Federal, agora, a aprovação do requerimento, sem contar que dezenas de entidades sindicais estão se mobilizando e mobilizando suas bases para fazer a adesão ao processo.
A denúncia é muito grave e precisa ser apurada. O trabalhador não tem como saber se a correção aplicada mensalmente às contas está correta ou não, então, é preciso ir fundo na questão, fazer com que as informações sejam bastante claras e mostrar o que de fato vem acontecendo.
No requerimento à Comissão de Trabalho, Paulinho justifica que, desde 1999, os trabalhadores vêm sofrendo perdas na correção do FGTS, que chegam 88,3%. A correção monetária tem como base a TR (Taxa Referencial), que desde aquele ano vem sendo reduzida até estacionar no zero, em setembro do ano passado. Ou seja, há praticamente nove meses, as contas não estão sendo corrigidas. Além da correção as contas recebem 3% de juros ao ano.
Vale lembrar que o dinheiro do Fundo de Garantia financia a compra da casa própria e saneamento básico. E os juros mensais cobrados de quem faz empréstimo desse dinheiro, como os trabalhadores, por exemplo, são astronômicos.