O Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) acaba de anunciar que a bancada sindical será menor na próxima legislatura do Congresso Nacional, que começa em 2015. A nossa bancada, que tem hoje 83 parlamentares, caiu para 46, enquanto os empresários, no mínimo, mantiveram o total de representantes.
Este cenário faz com que as Centrais Sindicais não tenham boas perspectivas para o ano que vem porque haverá muitas dificuldades para negociar e aprovar a Pauta Trabalhista. Especialmente reivindicações como a redução da jornada de trabalho, sem redução salarial, a revogação da lei que dispõem sobre o Fator Previdenciário e a extinção do projeto de lei que amplia a terceirização, entre outros temas.
Assim, propomos ao movimento sindical em geral e aos sindicatos filiados em particular a deflagração de um amplo processo de mobilização, com vistas a promover grandes manifestações de massa em 2015 para garantir o encaminhamento e a aprovação da Pauta Trabalhista.
Diante de um novo Congresso com um perfil mais conservador, somente com muita luta poderemos garantir os atuais direitos trabalhistas e sociais. Como todos sabemos, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) já apresentou à Presidência da República e ao Congresso documento com 101 propostas que, segundo a entidade, sugere o aumento da competitividade e da produtividade da indústria, a partir da redução de custos, da burocracia, e, principalmente, da mão de obra.
Na prática, é o velho eufemismo patronal para esconder o objetivo principal, que é o corte de direitos trabalhistas por meio de mudanças na legislação constitucional e infraconstitucional.
Miguel Torres
Presidente da Força Sindical, CNTM e Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes