Dilma e representantes de centrais sindicais devem se reunir no Planalto

Encontro que ainda não tem tema definido deve analisar temas controversos, como o fim do fator previdenciário

Paulo Silva Pinto

A presidente Dilma Rousseff convidou nesta segunda-feira (8/12) representantes das principais centrais sindicais do país para uma conversa no Palácio do Planalto. O compromisso, às 17h, é o único que consta na agenda de hoje da chefe de Estado. O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, disse que não foi definida pauta para a reunião. “Mas a presidente tem condições de sinalizar com algo positivo para os trabalhadores”, afirmou. A lista de reivindicações já conhecidas da central inclui a substituição do fator previdenciário, aumento acima da inflação para aposentados com benefício superior ao salário mínimo e correção da tabela do Imposto de Renda (IR).

Sem mudanças na tabela, os trabalhadores que recebem reajuste passam a uma categoria superior de rendimento, com maior desconto sobre o salário na fonte. Isso pode resultar em queda do que se recebe mensalmente, ainda que isso seja compensado por meio da restituição após a declaração anual de ajuste de contas com a Receita Federal. “Há categorias hoje que nem querem reajuste acima da inflação para não mudar a faixa de desconto do IR”, afirmou Torres. Segundo ele, seria necessário corrigir a tabela em 70% para retornar o patamar de dez anos atrás.

O fim do fator previdenciário é um tema controverso. Esse mecanismo, criado no governo Fernando Henrique Cardoso, resulta em adiamento das aposentadorias e reduz o ritmo de aumento dos gastos com a Previdência, que, assim mesmo, são crescentes e preocupantes. Durante a campanha presidencial, o candidato Aécio Neves (PSDB) foi enfático ao defender uma mudança no sistema, mesmo sem se comprometer com um novo modelo ou com data para apresentá-lo. Dilma afirmou que iria estudar uma alternativa.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Wagner Freitas, também estará presente no encontro de hoje no Planalto. A CUT informou que pretende conversar sobre os compromissos assumidos por Dilma com as centrais que apoiaram sua reeleição — a Força Sindical não está entre elas. Entre esses compromissos, estão a alternativa ao fator previdenciário e a redução da jornada semanal para 40 horas sem cortes nos salários.