Dois anos após o agravamento da crise financeira internacional, o auge do colapso foi em setembro de 2008 com a quebra de bancos norte-americanos, 59% das indústrias brasileiras atingidas ainda sentem os efeitos do abalo mundial, de acordo com sondagem especial realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e divulgada ontem.
Entre as empresas de menor porte, esse percentual chega a até 63%, enquanto que entre as grandes é de 46%. A CNI revelou também que 21% das companhias que cancelaram investimentos por causa da crise ainda não conseguiram retomá-los.
MENOS INVESTIMENTOS
Além disso, outros 27% voltaram a investir, mas em escala menor do que o planejado antes da turbulência econômica global. Foram entrevistadas 1.353 empresas entre os dias 30 de junho e 20 de julho deste ano.
Segundo o do gerente-executivo da unidade de política econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, apesar de os principais indicadores de atividade da indústria brasileira já estarem melhores do que os registrados em setembro do ano passado, a crise financeira internacional ainda não foi superada por todas as empresas do setor, sobretudo por aquelas que mais exportam.
“Olhando os indicadores, pode parecer que a crise é uma coisa do passado, mas ela ainda afeta um conjunto de empresas (brasileiras)”, afirmou Castelo Branco.
CRÉDITO DIFÍCIL
A sondagem mostra que 35% das indústrias afirmam que o acesso ao crédito continua mais difícil do que no período anterior à crise, sendo que para 24%, a inadimplência ficou maior. De acordo com os dados apresentados, 51% das companhias exportadoras consideram que a demanda externa ainda se mantém em patamar inferior ao de 2008.
Porém, 33% dos entrevistados enxergam demanda interna maior no atual momento do que antes da crise mundial.