A General Motors demitiu na última sexta-feira cerca de 150 trabalhadores da área de produção na unidade da montadora em São Caetano. O motivo das dispensas é a queda nas vendas de automóveis: no mês passado, a produção de carros foi 21,7% inferior à do mesmo período de 2014, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Foi o pior abril para o setor desde 2007.
Além dos colaboradores desligados, outros 1.286 estão afastados, sendo 819 em lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho) e 467 em licença remunerada por tempo indeterminado. Todos os operários que foram dispensados estavam cumprindo expediente normalmente.
Com objetivo de tentar reverter as demissões, a categoria realizou protesto nesta terça-feira. Amanhã, está marcada uma reunião com representantes da GM para discutir a utilização de medidas alternativas para ajuste de produção sem necessidade de cortes.
O resultado do encontro será levado aos trabalhadores em assembleia. Segundo o Presidente do nosso sindicato, o Cidão, dependendo do resultado, os trabalhadores podem decidir por uma greve por tempo indeterminado a partir de quinta-feira.
Atualmente, a fábrica possui cerca de 10,5 mil empregados, entre horistas e mensalistas. Desde o início do ano, a montadora abriu dois PDVs na unidade, mas ambos atraíram apenas 49 pessoas.
A GM não confirmou o número de dispensas nem respondeu se estão programados outros cortes. A montadora se limitou a dizer que “os ajustes realizados em seu quadro de empregados na fábrica de São Caetano fazem parte da rotatividade de pessoal natural da empresa”. A direção também não se manifestou sobre a abertura de PDV ou sobre a possibilidade de aumentar o número de colaboradores afastados.