O Brasil fechou 97.828 postos de trabalho com carteira assinada em abril, depois de registrar criação de vagas em março. É a primeira vez desde 1992, quando começou a série histórica, que o mês de abril registra um resultado negativo. Naquele ano, houve fechamento de 63.175 vagas.
Os dados foram divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta sexta-feira (22) e fazem parte do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
De dezembro a fevereiro, o país registrou três meses seguidos de vagas fechadas. Em março, houve uma recuperação, com a criação de 19.282 vagas com carteira assinada.
Na comparação com março, abril registrou uma queda de 0,24% no número de pessoas com carteira assinada.
No acumulado deste ano, foram fechadas 137.004 vagas –uma queda de 0,33% em relação ao mesmo período do ano passado.
No acumulado dos últimos 12 meses, são 263.493 vagas a menos.
Esses números são ajustados, ou seja, incluem dados enviados pelas empresas ao ministério fora do prazo.
Só agropecuária abriu vagas em abril
O resultado de abril foi influenciado, sobretudo, pelo corte de empregos na indústria de transformação, construção civil, comércio e serviços.
Dez dos doze segmentos da indústria de transformação apresentaram fechamento de vagas no período, com um saldo negativo total de 53.850 vagas, queda de 0,65%.
Apenas a agropecuária abriu vagas no mês, com 8.740 novos postos.
Nordeste tem maior queda por região
Quatro das cinco regiões brasileiras registraram fechamento de postos de trabalho com carteira assinada em abril. Apenas o Centro-Oeste, com 421 novas vagas, não ficou no negativo.
A maior perda foi no Nordeste, com 44.477 postos a menos, queda de 0,66%. O Norte fechou 8.371 vagas (-0,43%); o Sudeste, 31.912 (-0,15%); e o Sul, 13.489 (-0,18%).
Por Estado, a maior perda foi em Pernambuco, com 20.154 vagas a menos (-3,63%), mas a maior variação registrada foi em Alagoas, com 3,63% a menos.
Goiás, Distrito Federal, Piauí, Mato Grosso do Sul e Acre foram os únicos Estdos que não tiveram cortes de postos.
Desemprego em abril é o maior em quatro anos
Na véspera, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que odesemprego em abril foi de 6,4%, o maior registrado em quatro anos.
Mesmo assim, a taxa mostrou estabilidade em comparação com o mês anterior, segundo o instituto, quando foi de 6,2%.
Os dados fazem parte da PME (Pesquisa Mensal de emprego), que leva em conta as regiões metropolitanas de Recife, Belo Horizonte, São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
(Com Reuters e Valor)