Ato contra os juros ressalta unidade das centrais

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Diretores e assessores do Sindicato participaram do ato de protesto contra os juros altos e o desemprego, realizado na manhã desta terça-feira (2) pela Força Sindical, CUT, UGT, Nova Central, CTB, CSB e CGTB, em frente ao Banco Central, na Avenida Paulista. O ato reuniu cerca de 3.500 manifestantes de diversas categorias ligadas às Centrais, entre elas, os metalúrgicos de São Paulo e Mogi, e também estudantes secundaristas.

O ato coincide com a data da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), nesta terça e quarta-feira, para decidir sobre a nova taxa de juros, que hoje está em 13,25% ao ano.

O presidente da Força e do Sindicato, Miguel Torres, ressaltou a unidade das centrais em defesa da classe trabalhadora e contra o absurdo da taxa de juros, que a cada dia penaliza mais os trabalhadores.

Miguel falou sobre a crise, que está provocando demissões, desacelerando a economia e disse que “tudo indica que vai vir mais aumento de juros”.
Confira a íntegra do discurso:

“Toda vez que aumenta a taxa de juros, aumenta o desemprego, o empresariado reduz o investimento na produção, diminui as contratações, e diminui também a capacidade de crescimento do Brasil. Temos que combater a recessão com investimentos, com financiamento para a indústria, temos que combater o desemprego com investimento na produção.
Este ano tivemos uma agenda negativa para os trabalhadores. O governo mexeu no seguro-desemprego, no abono do PIS, na pensão por morte e mais coisas podem vir. Por isso, temos que nos manter unidos.
Temos uma pauta trabalhista que temos que colocar em pé; temos que reduzir a jornada de trabalho, ter uma política de valorização das aposentadorias, melhores condições de trabalho, mais dinheiro pra educação, saúde e transporte, ter transparência nas empresas estatais. Precisamos ter um olhar para o futuro.
Precisamos estar atentos e esta manifestação tem esse objetivo: manter a unidade das centrais. Nesse momento que o capital quer dividir o movimento sindical temos a responsabilidade de unir nossas bandeiras. O movimento sindical tem lado, o lado do trabalhador, do desenvolvimento, do Brasil”, disse Miguel Torres.

O secretário-geral da Força Sindical, Juruna, também falou da importância da unidade das centrais. “As centrais estão unidas em todo da redução da taxa de juros e contra essa política do governo que reduz o crédito, o consumo e aumenta o desemprego”.

O deputado federal Paulinho da Força disse que o País vive uma das piores crises dos últimos anos. “Milhares de empresas estão fechando, milhares de empregos estão sendo perdidos; a roubalheira da Petrobras está paralisando diversos setores da economia e estamos vendo os burocratas do Banco Central aumentar a taxa de juros. Quem ganha com isso são os banqueiros, enquanto mais trabalhadores vão perder o emprego e ficar sem o seguro-desemprego”, disse.

Rafael Marques, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, disse que os trabalhadores e as centrais querem colocar o Brasil no caminho certo e a retomada da economia. “Não tem sentido combater inflação com estes juros. Os preços administrados (controlados pelo governo federal) é que estão provocando inflação. O governo tem que ouvir a voz das ruas e a contribuição que queremos dar”, afirmou.

O secretário-geral da central, Sérgio Nobre, disse que o ato é importante para mostrar a unidade das centrais. “Avançamos sempre quando estivemos juntos. A população tem que saber que quando a gente se organiza as conquistas vêm. Há anos reivindicamos que os trabalhadores integrem o Copom. Num momento em que a gente vê a economia parar, todos os setores demitindo, o tema do emprego é importante. Temos que retomar o crescimento, ocupar o Congresso Nacional porque o que está lá é uma agenda de retirada de direitos, temos que ter outra agenda, a das 40h, da educação, um modelo de negociação do servidores públicos. Temos que colocar a agente da classe trabalhadora em pauta”, disse.

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