Decisão da Justiça italiana inclui penas de mais de sete anos de prisão e indenização de € 520 mil
A Justiça italiana condenou 11 ex-dirigentes da fabricante de pneus Pirelli a penas de até sete anos e oito meses de prisão por homicídio culposo relacionado à morte de 24 operários provocada por exposição ao amianto, segundo a agência de notícias Ansa. Além da condenação à prisão, a parte civil do processo, a Pirelli Tyre, deverá pagar € 520 mil de indenização.
Todos os réus foram membros do Conselho de Administração da Pirelli entre 1979 e 1989 e responderam por crimes de cooperação em homicídio culposo agravado e lesões gravíssimas, ainda de acordo com a Ansa.
As vítimas foram funcionários de uma fábrica da Pirelli em Milão entre as décadas de 1970 e 1980 e morreram de câncer provocado pelo amianto, que é usado em vários produtos comerciais. De acordo com o promotor Maurizio Ascione, os operários morreram devido à inalação de fibras de amianto nas fábricas localizadas nas ruas Ripamonti e Sarca, em Milão. Uma parte das famílias das vítimas já tinha recebido uma indenização paralela ao processo e se retirou do caso.
Ascione tinha pedido a condenação de oito réus e a absolvição de três, acrescenta a Ansa. No entanto, o juiz Raffaele Martorelli, da 6ª Seção Penal do Tribunal de Milão, estipulou, em primeira instância, penas de três a sete anos e oito meses de prisão aos 11 réus.
Parentes dos operários e membros das entidades Medicina Democrática e Associação Italiana dos Expostos ao Amianto celebraram a decisão.