Os projetos rodoviários vão liderar o aporte de recursos do FI-FGTS, fundo de investimento em infraestrutura com recurso do FGTS, feito por meio de debêntures do BNDES, apurou o Valor. Ontem, o comitê de investimentos do FI-FGTS aprovou aplicação de R$ 10 bilhões em debêntures do BNDES, com o compromisso de que os recursos sejam dirigidos a projetos de infraestrutura. Desse total, 30% vão para projetos de rodovias, 29% para energia, 19% para ferrovias, 19% para aeroportos e 3% para portos.
Nessa operação, o FI-FGTS assume o risco do BNDES, que se confunde com o risco soberano, já que o banco é controlado pela União. Na aprovação da operação, foi selecionado uma carteira de investimentos que vincula a aplicação dos recursos. O BNDES apresentou uma lista de projetos que totalizavam R$ 13,8 bilhões, dos quais o comitê de investimento do FI-FGTS selecionou R$ 10 bilhões.
Um dos critérios adotados foi não dirigir recursos para projetos que tivessem execução maior do que 50%, obedecendo a filosofia do FI-FGTS de fomentar novos empreendimentos. Outra preocupação foi dar prioridade a outros segmentos que não o de energia, em que já está aplicado uma boa parte carteira do FI-FGTS. Por essa razão, não foram vinculados recursos para a usina de Santo Antônio, ao contrário de notícias publicadas nesta manhã, nem para a rodovia Transbrasiliana, a BR-153.
De R$ 1,9 bilhão dirigido às ferrovias, foi destinado R$ 1,6 bilhão para a ferrovia de Carajás. De R$ 1,9 bilhão destinado a aeroportos, R$ 340 milhões foram para Guarulhos, R$ 1,4 bilhão para o Galeão e R$ 185 milhões para o aeroporto de Catarina, em São Roque (SP. Os projetos rodoviários aprovados incluem a BR-040 e BR-050.
Em outra decisão, o comitê de investimento aprovou o aprofundamento de estudos para eventual aporte direto com recursos do FI-FGTS para financiamentos da Artemis na BR-116, Fernão Dias e Autopista Litoral Sul.