A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), de manter a taxa Selic em 14,5%, é um escândalo e coloca uma pá de cal na atividade econômica. Basta ver o resultado do PIB acumulado em 2015, de -2,1%, e a produção industrial acumulada até agora, de -6,6%. Paradoxalmente, o governo derruba a atividade econômica, os empregos e fecha empresas. Mas, por outro lado, injeta anabolizante no setor financeiro, que está crescendo.
A Demonstração Financeira dos Bancos mostra que o crescimento médio dos cinco maiores bancos do País, foi, no 1º trimestre, de 21,8%. Enquanto isto, as projeções para a produção industrial, neste ano, conforme o Boletim Focus, é de -5,6%, e o PIB de -2,3%.
A Força Sindical defende mudanças na política econômica, com a adoção de medidas que estimulem o crescimento e potencializem os setores para que o País saia da crise. A austeridade, cânon dos ortodoxos, beneficia um grupo seleto e prejudica a grande maioria da sociedade. O ciclo vicioso do corte de gastos, da queda de crescimento e de arrecadação, e o agravamento dos resultados fiscais demonstram a ‘barbeiragem’ do governo.
O governo precisa sair da retórica e ser criativo e responsável. Mostrar, enfim, a que veio, assumindo sua responsabilidade e o protagonismo nas ações que visem colocar o País novamente na rota do crescimento e do desenvolvimento econômico.
Miguel Torres
Presidente da Força Sindical