Metalúrgicos de Piracicaba e especialistas debatem importância do diálogo nas negociações coletivas

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O cenário é de mudanças, por isso é importante buscar entendimento nas negociações entre empregados e empregadores. Foi com esse objetivo que o Encontro Empresarial “A primazia da negociação coletiva” foi realizado (18/05), no Teatro Erotides de Campos, no Engenho Central. O evento é uma iniciativa inédita do Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba com o Simespi (Sindicato das Indústrias Mecânicas, de Material Elétrico, Eletrônico, Siderúrgicas e Fundições de Piracicaba e Região).

Para José Florêncio da Silva, Bahia, presidente em exercício do Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba, “o encontro tem como objetivo tratar os principais itens de uma negociação, tendo como foco principal os direitos dos trabalhadores”, destacou.

O evento contou com a presença de William Waack, jornalista e apresentador do Jornal da Globo, que ministrou a palestra “Cenário Econômico e Internacional”.

Para Onde Vamos? Foi assim que o apresentador William Waack colocou em questão várias situações da crise nacional estabelecidas no País. Como uma imprevisibilidade política, mudança de governo, desigualdade e injustiça social, falta de confiança, corrupção, dentre outros.

De acordo com o jornalista William Waack, “A instabilidade política influência totalmente o cenário econômico. Estamos passando por um processo de transição de governo e não estamos preparados. Somente uma mudança profunda poderá resolver esta crise”, disse.

Após ministrar a palestra William Waack mediou um painel de discussão com Almir Pazzianotto Pinto, jurista, ex-ministro do Trabalho e ex-presidente do Tribunal Superior do Trabalho e José Pastore, professor e sociólogo. Foram abordados temas como acordos coletivos, contribuições sindicais, mudanças na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), dentre outros. Para Almir Pazzianotto Pinto, “o êxito da atividade sindical depende da negociação”, disse.

“Vivemos um momento difícil no País, mas é de encontros como estes que saem propostas e alternativas”, disse José Luiz Ribeiro, secretário do Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo. Para José Luiz, este é apenas o primeiro passo para melhorar a relação entre empregado e empregador. Temos propostas e alternativas, mas é preciso manter o diálogo para que as negociações atendam as reivindicações de todos. Tudo o que foi falado aqui será encaminhado para o Ministério do Trabalho e à presidência do País.

Com o tema do Encontro Empresarial Almir Pazzianotto Pinto, ministrou a palestra “A primazia da negociação coletiva”, ressaltando a importância de que é preciso desenvolver um sistema legal, flexível e avançado, apto a responder as necessidades nacionais e que, ao mesmo tempo, respeite os compromissos de proteção a aqueles que trabalham. “Não podemos ver o desemprego como estatística, pois não é apenas um número é uma realidade vivida por muitos” comentou Almir Pazzianotto Pinto.

Durante todo o dia vários temas foram discutidos como Normas Internacionais do Trabalho sobre liberdade sindical e negociação coletiva; Empresas Multinacionais (representadas pela Hyundai, Caterpillar e ArcelorMittal) e entidades ( Sindicato dos Metalúrgicos, Simespi e Acipi).

Segundo Wagner da Silveira, Juca, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba, “Esse encontro é uma iniciativa pensada para o crescimento futuro. Quando a crise passar precisamos estar preparados para que na retomada as negociações tenham valor. Hoje no sindicalismo, não se faz negociação sem diálogo”, comentou.

Participaram também do encontro o prefeito de Piracicaba Gabriel Ferrato; Paulo Sergio Muçouçah, coordenador dos Programas de Trabalho Decente e Empregos Verdes, da Organização Internacional do Trabalho (OIT); Flavio Allegretti de Campos Cooper e Luiz Antonio Lazarim, desembargadores do Tribunal regional do Trabalho da 15° Região; como também diretores do Sindicato dos Metalúrgicos, empresários e convidados.

Para Euclides Baraldi Libardi, presidente do Simespi, “buscar o entendimento entre empregador e empregado é essencial, principalmente em época de crise. É importante que todos lutem juntos pelo desenvolvimento do País”, disse.

Por Erica Veríssimo